
O clima político esquenta de vez no Brasil. E não é por pouco — Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, saiu do silêncio para rebater com todas as forças as acusações que pesam sobre ele perante o Supremo Tribunal Federal.
Num movimento que mistura indignação e estratégia, ele nega veementemente qualquer tentativa de fuga do país. Sabe aquela história que rola por aí? Pois é, segundo ele, não passa de invencionice.
Mas não para por aí. O tom sobe ainda mais quando o assunto é o relatório da Polícia Federal. Bolsonaro não poupa palavras: chama o documento de "peça política", armada com claro objetivo de atingi-lo. Não é aleatório, não é técnico — é puro jogo de poder, nas palavras dele.
O que diz a acusação?
Do outro lado, a PF sustenta que havia indícios — sérios — de que Bolsonaro estaria se preparando para deixar o Brasil de forma irregular. Um plano supostamente arquitetado para escapar da ação da Justiça. Coisa de filme, mas com sabor amargo de realidade.
Só que o ex-presidente cutuca o vespeiro. Alega que tudo não passa de uma armação, narrativa forjada para criminalizar sua imagem e a de pessoas próximas. Ele questiona o timing, os motivos, a parcialidade. E deixa no ar a pergunta: até onde vale tudo na guerra política?
E o STF nisso tudo?
O Supremo segue analisando as provas — ou a falta delas, como argumenta a defesa. O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, tem a batata quente na mão. De um lado, a PF com seu relatório; do outro, um ex-chefe do Executivo gritando por perseguição.
E o país? Bem, o país se divide entre os que acreditam piamente na justiça das investigações e os que veem só mais um capítulo de lawfare. Polarização que não dá trégua.
Uma coisa é certa: o caso mexe com estruturas poderosas e reacende debates que pareciam adormecidos. Até onde vai a autonomia das instituições? Como separar law enforcement de disputa política? Perguntas complexas, que exigem respostas ainda mais difíceis.
Enquanto isso, Bolsonaro mantém o discurso de que é vítima. Perseguido, alvo preferencial de um sistema que, na visão dele, não aceita derrotas. E joga para sua torcida: a de que isso tudo não passa de um grande teatro.
Resta saber se o STF comprará a narrativa dele — ou se o relatório da PF vai falar mais alto. Aguardemos os próximos capítulos. Porque essa novela, ao que parece, está longe do último capítulo.