Bolsonaro dá 3 versões diferentes para violação da tornozeleira eletrônica
Bolsonaro: 3 versões para violação de tornozeleira

As múltiplas versões de Bolsonaro sobre a tornozeleira

O ex-presidente Jair Bolsonaro se vê no centro de uma polêmica envolvendo a violação de sua tornozeleira eletrônica, que se tornou um dos principais fundamentos para sua prisão preventiva. O caso ganhou contornos ainda mais complexos com as diferentes explicações apresentadas pelo político sobre o ocorrido.

Primeira versão: acidente doméstico

Segundo relatório do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME), elaborado pela diretora adjunta Rita Gaio, a primeira informação repassada pelos agentes de escolta indicava que Bolsonaro teria batido o dispositivo em uma escada. Esta versão foi a inicialmente registrada no sábado, dia 22.

Segunda versão: curiosidade com ferro quente

Em um vídeo registrado entre sexta-feira (21) e sábado (22), durante conversa com a diretora do CIME, Bolsonaro apresentou uma explicação completamente diferente. O ex-presidente afirmou que "meteu um ferro quente" no equipamento por curiosidade. Questionado sobre o horário em que começou a violar a tornozeleira, ele disse que foi no fim da tarde de sexta-feira (21).

Terceira versão: paranoia por interação medicamentosa

Durante a audiência de custódia realizada no domingo (23), Bolsonaro alegou sofrer de "certa paranoia" de sexta para sábado devido a medicamentos que estaria tomando e que teriam interagido de forma inadequada. Ele declarou que por volta de meia-noite mexeu na tornozeleira, mas depois "caiu na razão" e comunicou os agentes. Em outro trecho da audiência, voltou a dizer que começou a mexer no dispositivo tarde da noite e parou por volta de meia-noite.

Consequências jurídicas

As contradições nas explicações fortaleceram o argumento do ministro Alexandre de Moraes, que em seu voto afirmou que Bolsonaro violou "dolosa e conscientemente" a tornozeleira eletrônica. A prisão preventiva do ex-presidente foi decretada com base nestas inconsistências e na gravidade das violações.

O caso revela a complexidade do sistema de monitoração eletrônica e as consequências jurídicas para quem descumpre as regras estabelecidas pela Justiça. As diferentes versões apresentadas por Bolsonaro em um curto espaço de tempo tornam o caso ainda mais emblemático no cenário político brasileiro.