O vereador Roger Ronan da Silva, conhecido como Bigodini (MDB), foi afastado do mandato pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto após ser denunciado por embriaguez ao volante e outros crimes. A decisão judicial que tornou o parlamentar réu foi proferida pela juíza Carolina Moreira Gama na última segunda-feira (24).
Processo criminal e tentativa de acordo
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bigodini pelos crimes de embriaguez ao volante com dano potencial para duas ou mais pessoas, falsidade ideológica e fraude processual. Sua namorada, Isabela de Cássia, também é ré no processo e responde por falsidade ideológica, fraude processual e favorecimento pessoal.
O parlamentar tentou firmar um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o Ministério Público para encerrar o processo que investiga o acidente envolvendo o casal, mas o promotor Paulo César Souza Assef negou o pedido. A data do julgamento ainda não foi marcada, e o casal tem dez dias para responder às acusações.
Afastamento aprovado pela Câmara
O Conselho de Ética da Câmara de Vereadores optou por afastar Bigodini por 180 dias corridos e sem remuneração. Na sessão ordinária do dia 10 de novembro, os parlamentares decidiram pela suspensão do mandato com 19 votos favoráveis de 20 presentes.
O requerimento pela cassação do vereador foi protocolado pelo jornalista Rodrigo Leone da Silva no dia 30 de setembro, apenas dois dias após o acidente que deu origem ao caso.
Detalhes do acidente e investigações
O carro em que Bigodini e Isabela estavam atingiu uma árvore na Avenida do Café na madrugada do dia 28 de setembro. Inicialmente, o vereador alegou que sua namorada - que não possui carteira de habilitação - era quem dirigia o veículo no momento do acidente.
Contudo, as investigações policiais e um vídeo que circulou nas redes sociais mostraram que Bigodini mentiu sobre quem estava ao volante. Imagens de segurança ainda flagraram o parlamentar comprando latas de cerveja em um posto de gasolina pouco tempo antes da colisão.
O veículo utilizado pelo casal era alugado e equipado com rastreador, o que permitiu à polícia descobrir que Bigodini trafegou em vários pontos da cidade acima da velocidade permitida naquela madrugada. Durante o atendimento da ocorrência, nenhum dos dois se submeteu ao teste do bafômetro, embora as autoridades tenham notado que o vereador apresentava sinais de embriaguez.
O g1 entrou em contato com a defesa do casal, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O caso continua sob investigação e deve avançar para julgamento nos próximos meses.