A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) convocou uma reunião extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para analisar a prisão do deputado e presidente da casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil). A medida ocorre após a Polícia Federal (PF) executar um mandado de prisão preventiva contra o parlamentar.
Governador se pronuncia e confia nas instituições
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), se manifestou publicamente sobre o caso. Em nota oficial, Castro afirmou que acompanha os fatos com "devida atenção institucional" e destacou a necessidade de garantir o direito ao devido processo legal a Bacellar, que é o chefe do Poder Legislativo estadual.
O governador declarou manter confiança na condução "técnica e imparcial" do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal, órgãos responsáveis pela investigação. Castro também ressaltou que todos os esclarecimentos solicitados pelo STF ao Executivo estadual já foram respondidos, reafirmando o compromisso com a legalidade e a transparência.
Os motivos da prisão e a crise política
Segundo a Polícia Federal, Rodrigo Bacellar é suspeito de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun. Essa operação, deflagrada em setembro, resultou na prisão do então deputado estadual TH Joias. O suposto vazamento de dados confidenciais da investigação é o cerne das acusações que levaram à prisão preventiva do presidente da Alerj.
A crise política no entorno do caso é profunda. Cláudio Castro e Rodrigo Bacellar estão rompidos desde julho, quando o deputado, na condição de governador interino, exonerou o então secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB). Antes dessa ruptura, o governador havia chegado a apontar Bacellar como seu potencial candidato à sucessão no Palácio Guanabara nas eleições de 2026.
Interinidade e desdobramentos recentes
Em um episódio que ilustra a complexa relação entre os dois, Bacellar comandou o estado interinamente no último final de semana. Isso ocorreu enquanto Cláudio Castro assistia à final da Copa Libertadores em Lima, no Peru. Curiosamente, durante os três dias à frente do Executivo estadual, o presidente da Alerj não assinou nenhum decreto.
Agora, com a prisão de Bacellar, a CCJ da Alerj se reúne de forma extraordinária para debater os impactos institucionais do caso. A situação coloca em evidência a atuação da Justiça Federal e gera um novo capítulo na instável política fluminense, enquanto as investigações seguem seu curso.