Senador Davi Alcolumbre recebeu canetas de Mounjaro de empresário investigado
Alcolumbre recebe Mounjaro de empresário investigado pela PF

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, do União Brasil do Amapá, está no centro de uma nova polêmica após revelações sobre a origem de um medicamento de alto custo em seu poder. De acordo com reportagem do portal UOL, o parlamentar recebeu canetas de Mounjaro, um medicamento indicado para tratamento de diabetes tipo 2 e popularizado para perda de peso, de um empresário investigado pela Polícia Federal.

Presente de um investigado foragido

O presente teria partido do empresário Roberto Leme, conhecido no mercado como "Beto Louco". Leme é um dos principais investigados na Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, que apura um complexo esquema de fraude em combustíveis e lavagem de dinheiro. Atualmente, ele está foragido da Justiça.

Além da Carbono Oculto, o empresário também é alvo de outras duas operações da PF: a Tank e a Quasar. As investigações levantaram suspeitas de que postos de gasolina ligados ao esquema teriam conexões com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), embora a defesa de Leme negue veementemente qualquer relação com a organização.

Como a entrega do Mounjaro aconteceu

O episódio envolvendo as canetas de Mounjaro teria ocorrido por volta de agosto de 2024, período em que Davi Alcolumbre já era considerado o favorito para assumir a presidência do Senado, sucedendo Rodrigo Pacheco. Segundo a apuração do UOL, baseada em trocas de mensagens, Alcolumbre manifestou interesse no medicamento, relatando dificuldades para obtê-lo no Brasil.

Diante do interesse do senador, Beto Louco teria se prontificado a conseguir algumas canetas através de um contato em São Paulo e providenciar a entrega rápida em Brasília. O produto foi efetivamente entregue por um motorista ligado a Leme a Janduí Nunes Bezerra Filho, motorista particular de Alcolumbre. Este último confirmou ao portal que se lembrava do ocorrido e que conhecia o entregador.

Silêncio e investigações em curso

Até o momento, Davi Alcolumbre não se manifestou publicamente sobre o caso. Tanto a reportagem do UOL quanto a da Folha de S.Paulo buscaram o presidente do Senado e sua assessoria para comentários, mas não obtiveram retorno. A defesa de Roberto Leme, por sua vez, disse ao UOL desconhecer os fatos específicos sobre a entrega do Mounjaro.

O caso levanta questões sobre o relacionamento entre uma alta autoridade do Legislativo nacional e um empresário sob intenso escrutínio da Justiça. A investigação da Polícia Federal sobre o esquema de fraudes e lavagem de dinheiro continua, enquanto o paradeiro de Beto Louco permanece desconhecido.