Quaest: 42% das menções foram contra prisão de Bolsonaro nas redes
42% contra prisão de Bolsonaro nas redes, diz Quaest

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro se transformou em um dos episódios políticos com maior engajamento nas redes sociais brasileiras, segundo levantamento realizado pela Quaest.

Dados da repercussão online

O estudo publicado no domingo, 23 de novembro, revela que a detenção do ex-presidente gerou aproximadamente 448.000 menções nas plataformas digitais. Essas publicações foram feitas por 128.000 usuários diferentes e alcançaram um público estimado em 116 milhões de pessoas.

De acordo com a análise, cerca de 42% das publicações sobre o assunto manifestaram posição contrária à prisão de Bolsonaro, enquanto 35% demonstraram apoio à medida cautelar. O restante das menções não apresentou posicionamento claro ou se manteve neutro.

Comparação com outros eventos políticos

A expressão "Prisão preventiva de Bolsonaro" registrou cerca de 56.000 menções por hora nas redes sociais entre 6h e 14h do sábado, 22 de novembro. Esse número supera a repercussão do primeiro dia de julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal, em 2 de setembro, quando o termo "Julgamento Bolsonaro" gerou 44.000 menções por hora.

O levantamento coloca a prisão do ex-presidente no topo do ranking de repercussão digital entre os episódios políticos recentes. Em seguida, aparecem:

  • "Megaoperação RJ" (28-29 de outubro): 37.000 menções por hora
  • "Aplicação Lei Magnitsky" (28 de julho a 1º de agosto): 31.000 menções por hora
  • "PEC da Blindagem" (16-19 de setembro): 24.000 menções por hora
  • "Disputa Governo-Congresso" (24 de junho a 8 de julho): 17.000 menções por hora
  • "Felca – Adultização" (6-13 de agosto): 5.500 menções por hora

Metodologia e contexto

A pesquisa foi realizada entre a manhã de sábado, quando começaram a circular as notícias da detenção, e as 14h de domingo. Horas depois do término do levantamento, a Polícia Federal divulgou um vídeo mostrando a tornozeleira eletrônica do ex-presidente danificada, no qual o próprio Bolsonaro confessou ter usado um ferro de solda para tentar remover o dispositivo.

O estudo da Quaest utilizou ferramentas de Social Listening que monitoraram o Instagram, Facebook, X (ex-Twitter), TikTok, YouTube, Reddit, Tumblr e Bluesky, além de portais de notícias e buscas direcionadas no Google e na Wikipédia.

Os números demonstram a intensa polarização política no ambiente digital brasileiro e como eventos envolvendo figuras políticas de grande relevância nacional conseguem mobilizar milhões de usuários em poucas horas, gerando debates acalorados e posicionamentos bastante definidos por parte dos participantes.