
Imagine a cena: um posto de combustível, movimento normal, ninguém desconfia de nada. Eis que, numa reviravolta digna de filme policial – mas sem a glamourização hollywoodiana –, a Polícia Militar esbarra com dois veículos pesados, sumidos há tempos, simplesmente estacionados lá, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Pois é. Aconteceu em Limeira, interior de São Paulo. Um caminhão Volkswagen Worker e um semirreboque, ambos vítimas de um furto audacioso dias antes, foram localizados na tarde de terça-feira (19), praticamente escondidos à vista de todos. A perícia técnica já foi acionada para colher todas as evidências possíveis, claro. Afinal, não se deixa nada passar em casos assim.
Os detalhes são, no mínimo, curiosos. O caminhão tinha sido levado de Americana, enquanto o semirreboque era de Sumaré. Dois municípios diferentes, um mesmo destino: um posto na Avenida Dr. Roberto Moreira, no Jardim Residencial Park – nome chique para um cenário de crime.
Ninguém foi preso. A sensação que fica é que os autores do furto simplesmente abandonaram os veículos ali, talvez esperando passar despercebidos ou planejando algum outro passo que, graças à ação da PM, não se concretizou. A investigação, naturalmente, continua a pleno vapor. Quem fez isso? Como? Por quê? Perguntas que só o desenrolar do caso vai responder.
O que salta aos olhos é a ousadia. Furtar veículos desse porte não é como roubar um pacote de biscoito – exige planejamento, logística e uma certa dose de descaramento. E depois deixá-los num local movimentado? Isso ou é muita esperteza ou pura imprudência. Acho que vamos com a segunda opção.
Para as vítimas, a notícia da recuperação deve ter sido um alívio imenso. Caminhão é instrumento de trabalho, fonte de renda. Tê-lo de volta, mesmo que após um susto desses, é um final menos pior para uma história que poderia ter terminado muito mal.