
Imagine a cena: uma discussão boba entre adolescentes, daquelas que acontecem todo dia em qualquer colégio. Só que dessa vez, a coisa descambou para algo que ninguém — absolutamente ninguém — poderia prever.
Na pacata Santa Inês, interior do Maranhão, um médico de 39 anos decidiu fazer justiça com as próprias mãos. E que mãos! Na terça-feira (1º), depois de uma briga entre seu filho e outro jovem de 16 anos, o doutor não pensou duas vezes: foi atrás do adolescente e tentou... bem, tentou sequestrá-lo, para ser direto.
O que se passa na cabeça de alguém?
É a pergunta que não quer calar. O tal médico — que deveria zelar por vidas — seguiu o garoto de carro, um HB20 branco. Chegou a bloquear o caminho do adolescente, saiu do veículo e... credo. Tentou arrastar o jovem para dentro do carro à força.
Sortudo, o garoto conseguiu se soltar e fugiu correndo. Deve ter sido um dos sustos da vida dele, não é mesmo? Correr da fúria de um adulto, um profissional respeitado, que em vez de acalmar os ânimos, decidiu virar justiceiro.
A polícia não perdeu tempo
Os militares chegaram rápido no local. Encontraram o médico ainda por perto — parece que ele não havia entendido a gravidade do que fez, ou simplesmente não se importou. Foi detido na hora, é claro.
Na delegacia, a coisa ficou ainda mais estranha. O homem alegou, pasmem, que só queria "conversar" com o adolescente. Conversa armada, hein? Tentar puxar alguém para dentro do carro não me parece muito conversável, para ser sincero.
O delegado Thiago Rabelo não comprou a história, felizmente. O médico vai responder por tentativa de sequestro, e o caso segue sendo investigado. Algo me diz que essa não é a primeira vez que esse cidadão age por impulso...
E os adolescentes?
A briga inicial entre os jovens — que aconteceu dentro da escola — foi só o estopim. Mas o que leva um pai, um médico, a perder completamente a linha assim? Preocupação excessiva? Proteção distorcida? Ou simplesmente achar que pode tudo?
O garoto vítima da tentativa de sequestro passou por exames de corpo de delito. Felizmente, só o susto mesmo — se é que podemos chamar isso de "só". Trauma é trauma, e esse certamente vai ficar na memória.
Enquanto isso, Santa Inês — cidade normalmente tranquila — se vê no centro de uma história que mais parece roteiro de filme. Só que, infelizmente, é a pura realidade.