
Parece que alguns acreditam que fabricar bebidas alcoólicas é tão simples quanto misturar água com álcool e adicionar um rótulo bonitinho. Que engano perigoso! Na última sexta-feira, uma operação conjunta colocou um ponto final numa fábrica clandestina que funcionava no Setor de Indústrias do Gama, aqui no Distrito Federal.
O que as autoridades encontraram no local daria um bom roteiro para um filme de terror - só que essa história era real e poderia ter consequências devastadoras para quem consumisse aqueles produtos.
Um cenário que daria arrepios
Imagina só: galões de plástico espalhados pelo chão, equipamentos improvisados e uma higiene que deixava muito a desejar. A Polícia Civil, em parceria com a Vigilância Sanitária, deparou-se com um verdadeiro laboratório do perigo. E o pior? Os produtos fabricados ali continham metanol em quantidades absurdas.
Metanol, para quem não sabe, é aquela substância que pode levar uma pessoa à cegueira permanente ou coisa pior. E estava sendo vendida como se fosse bebida normal! É de deixar qualquer um com os cabelos em pé.
O que foi apreendido?
A lista do material apreendido era extensa - e assustadora:
- Cerca de 600 litros de bebidas prontas, esperando apenas por consumidores desavisados
- Quase 3 mil litros de matéria-prima, basicamente um coquetel perigoso esperando para ser engarrafado
- Centenas de embalagens, rótulos e tampinhas - a fachada da legalidade
- Equipamentos de produção que mais pareciam sucata adaptada
E sabe o que mais me impressiona? A criatividade dos envolvidos para burlar a fiscalização. Mas, no final, a sorte - ou melhor, a justiça - acabou.
Como a operação aconteceu?
Tudo começou com uma denúncia anônima. Alguém resolveu não ficar calado - e fez bem! As investigações foram se aprofundando até que, na manhã de sexta, chegou a hora do show.
Os policiais chegaram ao local e encontraram dois homens trabalhando na produção. Ambos foram levados para a delegacia, onde prestaram depoimento. Agora, respondem por crimes contra as relações de consumo e por exercer atividade industrial sem a devida licença.
Mas, cá entre nós, as acusações deveriam ser mais graves, considerando o risco que representavam à saúde pública.
O perigo escondido nas garrafas
O que realmente preocupa nesses casos é o desconhecimento do consumidor. Você compra uma garrafa, paga um preço mais em conta, e acha que está fazendo um bom negócio. Só que, na verdade, pode estar comprando um passaporte para o hospital.
Os peritos alertam: bebidas adulteradas com metanol podem causar desde tonturas e náuseas até danos neurológicos irreversíveis. E o pior - muitas vezes os sintomas só aparecem quando já é tarde demais.
E agora, o que acontece?
Todo o material apreendido foi levado para análise mais detalhada. Os investigados, se condenados, podem pegar até cinco anos de prisão. Mas, sinceramente? O prejuízo que poderiam ter causado à saúde das pessoas não tem preço que pague.
Enquanto isso, a fiscalização promete continuar de olho. E a população também precisa fazer sua parte - desconfie de preços muito abaixo do mercado e compre apenas em estabelecimentos confiáveis.
No fim das contas, essa operação serviu como um alerta: a sede por lucro fácil pode ter consequências amargas - no sentido mais literal da palavra.