
Era pra ser mais uma terça-feira comum. Aquele tipo de dia que começa com promessa de treino e termina com a satisfação de dever cumprido. Para Maicon Rogerio Soares, de 41 anos, a rotina virou uma armadilha mortal. Ao sair da academia Smart Fit, no Bairro dos Municípios, por volta das 15h dessa terça-feira (19), ele foi surpreendido por uma cena de pesadelo.
Dois indivíduos – um pilotando uma motocicleta e outro na garupa – encararam o empresário e, sem qualquer hesitação, efetuaram nada menos que vinte disparos. A violência foi tão extrema, tão absolutamente gratuita, que deixou até os investigadores experientes de plantão estarrecidos. A perícia no local foi um trabalho minucioso, com dezenas de marcadores de evidências espalhados pelo asfalto, cada um contando uma parte dessa história horrível.
Não Foi Assalto, Foi Ajuste de Contas
Aqui é que a coisa fica ainda mais sinistra. Segundo o delegado Daniel Silva, que coordena as investigações, nada indica que se tratou de um latrocínio. O relógio e outros objetos de valor do empresário foram deixados para trás. Os caras tinham um único objetivo, e era macabro: eliminar Maicon. A precisão dos tiros e a frieza da ação apontam para uma execução – daquelas bem planejadas, pra falar a verdade.
«A gente trabalha com a hipótese de execução. A forma como foi feito, a quantidade de tiros... não deixa muita margem para outra interpretação», comentou o delegado, em um tom que misturava profissionalismo com uma ponta de incredulidade perante tanta brutalidade.
A Corrida Contra o Tempo
Imediatamente após o crime, a Polícia Civil botou para funcionar a Operação Calibre. O nome até soa irônico, dado o contexto. As investigações, que são mantidas sob sigilo, já identificaram os dois suspeitos de estarem na moto. A expectativa é que mandados de busca e apreensão sejam cumpridos ainda nesta quarta-feira (20).
O que teria levado ao assassinato? Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Desavenças comerciais? Uma dívida que saiu totalmente do controle? Ou algo ainda mais obscuro? As possibilidades são várias, e a polícia está fuçando a vida do empresário de ponta-cabeça para achar a peça que falta nesse quebra-cabeça tenebroso.
Uma coisa é certa: a violência em Santa Catarina, frequentemente mascarada pela imagem de paraíso tranquilo, acaba de receber um lembrete brutal e sanguinário. E a população de Balneário Camboriú, aquela que normalmente se preocupa com o trânsito e o preço do almoço, agora precisa encarar a realidade de um crime que parece saído de um filme de máfia.
Enquanto a família de Maicon chora uma perda irreparável, a justiça tenta correr atrás de uma resposta. E a cidade, bem, a cidade tenta entender como a normalidade de uma tarde de terça-feira pôde ser estilhaçada por vinte tiros.