Numa daquelas cenas que parecem saídas de um roteiro de filme policial, dois indivíduos acabaram algemados no centro de São Paulo nesta quarta-feira (14). A razão? Estariam transformando inocentes balas e chocolates em verdadeiras armas químicas disfarçadas.
Segundo apurou nossa equipe, os suspeitos — um homem de 32 anos e uma mulher de 28 — operavam num esquema tão criativo quanto perverso. Vendiam doces comuns nas ruas, mas com um "tempero" extra: metanfetamina e MDMA cuidadosamente misturados à produção.
Operação surpresa
Pra quem pensa que foi obra do acaso, engana-se. A prisão veio após semanas de investigação discreta. "A gente desconfiou quando notou o movimento anormal na região", contou um dos agentes envolvidos, que preferiu não se identificar. "Eles atendiam até por delivery, imagina só."
Na abordagem, os policiais encontraram:
- Mais de 50 unidades de doces adulterados
- Tabletes compactos das drogas puras
- Dinheiro em espécie e anotações detalhadas de clientes
O pior? Parte da mercadoria tinha embalagem colorida, quase infantil. "Isso aqui é pra pegar até os mais jovens", disparou o delegado responsável, visivelmente indignado.
Alvo fácil
Especialistas ouvidos pelo JR na TV alertam: essa tática não é exatamente nova, mas ganhou sofisticação. "Antes era mais grosseiro, hoje quase não dá pra distinguir", explica a toxicologista Dra. Fernanda Castro. "Uma criança poderia facilmente cair nessa."
Enquanto isso, nas ruas do centro velho, o burburinho continua. Moradores relatam misto de alívio e preocupação. "A gente vê de tudo por aqui, mas doces com droga? Isso é baixaria", desabafa Dona Marta, dona de uma banca de revistas próxima ao local das prisões.
Os dois suspeitos agora respondem por tráfico qualificado e podem pegar até 15 anos de cana. A polícia segue investigando possíveis ligações com facções — afinal, dificilmente essa era uma operação caseira.
