
O clima pesado tomou conta da Corregedoria da Polícia Penal em Belo Horizonte nesta quarta-feira (7). Enquanto a cidade tentava digerir mais um episódio de violência, a dupla de trabalho do agente penitenciário morto a tiros dentro de um hospital compareceu para prestar depoimento — e o que ela tem a dizer pode mudar o rumo das investigações.
Detalhes macabros começam a emergir. O crime, executado com frieza no Hospital João XXIII, deixou não só um rastro de sangue, mas também perguntas sem resposta. "A gente trabalha lado a lado, divide os mesmos riscos... e de repente você vê seu parceiro caído no chão", desabafou um colega que preferiu não se identificar — o medo, visível em seus olhos.
O que se sabe até agora?
- O agente foi atingido por múltiplos disparos na tarde de terça-feira (6)
- Testemunhas relatam que os atiradores agiram rapidamente, como quem conhecia a rotina da vítima
- A dupla prestou depoimento por mais de 3 horas na Corregedoria
Curiosamente — ou talvez previsivelmente —, o hospital onde tudo aconteceu fica a menos de 2 km da Regional Nordeste da Polícia Civil. Uma ironia cruel que não passou despercebida pelos moradores da região, acostumados com a escalada de violência, mas nunca indiferentes a ela.
E as investigações?
Fontes próximas ao caso revelam que os investigadores estão seguindo três linhas principais:
- Vingança pessoal: O agente teria se envolvido em conflitos dentro do sistema prisional
- Tráfico de influências: Possível participação em esquemas ilícitos
- Crime passional: Apesar de menos provável, não foi totalmente descartado
"Quando você veste a farda, vira alvo", comentou um veterano com mais de 15 anos de serviço, enquanto ajustava o coldre com um movimento automático. A fala, carregada de experiência, ecoa o sentimento de muitos colegas que agora questionam sua própria segurança.
Enquanto isso, a família do agente morto aguarda respostas — e justiça. Em um bairro simples da zona leste de BH, velas e fotos formam um memorial improvisado. "Era um bom pai", diz uma vizinha, enquanto acende mais uma vela. Simples palavras que resumem uma vida interrompida pela violência que insiste em não dar trégua à capital mineira.