Operação da PM em Minas desmonta bunker com concertina, câmeras e pitbulls para proteger drogas
Bunker do tráfico em MG tinha câmeras e concertina

Imagine uma casa comum, num bairro tranquilo de Montes Claros, que escondia um verdadeiro quartel-general do tráfico. A fachada enganava — e muito. Na tarde desta segunda-feira (30), a Polícia Militar descobriu que o imóvel localizado no São Jorge estava longe de ser uma residência normal.

Os policiais do 55º Batalhão chegaram para cumprir um mandado de busca e apreensão, mas o que encontraram foi algo digno de filme de ação. O lugar tinha um sistema de segurança que faria qualquer empresa de vigilância corar de inveja. Câmeras estrategicamente posicionadas monitoravam cada movimento nas redondezas, especialmente a chegada de viaturas policiais. Parece que os ocupantes não queriam ser pegos de surpresa.

Estratégias de defesa que impressionam

Mas as câmeras eram apenas o começo. O quintal — nossa senhora — estava protegido por concertina, aqueles fios farpados que cortam feito lâmina, além de dois pitbulls que, digamos, não estavam ali para fazer companhia. Uma combinação que deixava claro: a visita não era bem-vinda.

A operação rendeu 22 porções de maconha, 16 pedras de crack e 11 porções de cocaína. Não era um estoque pequeno, não. Tudo meticulosamente organizado e protegido por essa estrutura quase militar.

O que isso revela sobre o narcotráfico atual?

O caso me faz pensar: o crime está se sofisticando cada vez mais. Já não basta esconder as drogas em lugares comuns — agora montam verdadeiras fortalezas urbanas. E o mais preocupante? Essa não é a primeira vez que encontram esquemas assim na região.

Os dois homens presos no local, de 23 e 25 anos, sequer tentaram reagir. Talvez porque perceberam que, mesmo com toda tecnologia e proteção, a lei sempre encontra um jeito de entrar. Eles agora respondem por tráfico de drogas e, convenhamos, a estratégia de segurança deles acabou sendo a prova mais contundente contra eles mesmos.

O que me chama atenção é o investimento: câmeras, concertina, cães de guarda... tudo isso custa dinheiro. E demonstra uma profissionalização do crime que deveria nos preocupar profundamente. Enquanto isso, moradores do entorno seguem vivendo com o medo no dia a dia, testemunhas silenciosas de uma guerra que acontece literalmente ao lado de suas casas.

A PM garante que as investigações continuam — e eu não duvido que essa operação possa revelar ainda mais surpresas. Afinal, quando você encontra um esquema tão elaborado, geralmente é só a ponta do iceberg.