Google Timeline ajuda polícia a prender suspeito de homicídio em Iporã, PR
Linha do Tempo do Google é crucial em inquérito de homicídio

A Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito sobre o assassinato de Danilo Roger Bido Ferreira, de 32 anos, ocorrido em 31 de agosto de 2025, na zona rural de Iporã, no noroeste do estado. Um elemento crucial para a elucidação do caso foi o uso da ferramenta Linha do Tempo do Google, que rastreou os passos do principal suspeito.

Detalhes do crime e a investigação digital

A vítima saiu de casa ainda vestindo pijama na madrugada do dia 31 de agosto, informando à mãe que iria buscar um carregador de celular na casa de uma amiga. Seu corpo foi encontrado mais tarde no mesmo dia, com 18 facadas. Após três meses de apurações, Diego Augusto de Lima Santos, de 24 anos, foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual.

O relatório policial detalha que, após a prisão de Diego em 5 de novembro, seu celular foi apreendido. A polícia então acessou os dados de localização salvos automaticamente pela funcionalidade Linha do Tempo do Google Maps. O trajeto registrado comprovou que o suspeito esteve no local do crime no horário aproximado do homicídio e, depois, retornou diretamente para sua residência.

O caminho até o suspeito

A investigação começou de forma complexa, sem testemunhas oculares. A polícia quebrou o sigilo das redes sociais de Danilo e descobriu que uma de suas últimas conversas foi com um perfil desativado, ao qual se referia pelo nome de Diego. Mensagens apagadas do suspeito, mas respostas da vítima, indicavam um encontro marcado para a data do crime.

Com esse nome, os investigadores cruzaram dados de Estação Rádio Base (ERB) da região. O número de Diego apresentou o mesmo padrão de conexão e localização do celular de Danilo na madrugada do assassinato. Câmeras de segurança registraram a vítima encontrando-se com um homem e, posteriormente, seguindo em direção à zona rural. A confirmação final veio com a análise de digitais: a impressão digital de Diego foi encontrada na porta do carro de Danilo.

Confissão, outros crimes e defesa baseada em saúde mental

Durante seu depoimento, Diego não apenas confessou o assassinato de Danilo, como também afirmou ser autor de outros três homicídios na cidade. A polícia confirmou sua autoria em dois deles: contra José Antônio (13 de março) e Gilberto Lucca (4 de setembro), ambos em situação de rua. Os casos são apurados em inquéritos separados.

O advogado de defesa, Delfer Dalque de Freitas, divulgou nota informando que Diego possui diagnóstico de esquizofrenia paranoide (CID F20.0) e faz tratamento desde 2007. A defesa está trabalhando para a instauração de um incidente de insanidade mental, argumentando que a doença interfere significativamente na sua percepção da realidade e compreensão dos atos.

O inquérito sobre a morte de Danilo foi remetido ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), que tem um prazo de cinco dias para analisar o relatório e decidir se oferece denúncia contra Diego Augusto de Lima Santos.