A Justiça de São Paulo concedeu uma autorização especial para que Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como 'Japa', passe as festas de fim de ano com a família no litoral paulista. Investigada por lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC), ela atualmente cumpre medidas cautelares em São Paulo, mas terá permissão para ficar em Santos entre os dias 20 de dezembro e 5 de janeiro.
Decisão judicial e condições impostas
O juiz Tiago Ducatti Lino Machado, da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, foi quem assinou a decisão. A autorização permite que Karen permaneça na residência da mãe, localizada no bairro do Boqueirão, em Santos.
No entanto, a liberação veio com condições rigorosas. A investigada deve continuar usando a tornozeleira eletrônica e está obrigada a permanecer no imóvel durante o período noturno, bem como em todos os finais de semana e feriados do intervalo concedido. Tanto o magistrado quanto o Ministério Público entenderam que a medida não traria prejuízos à instrução criminal do caso.
Argumentos humanitários da defesa
O pedido dos advogados de Karen Tanaka foi baseado em questões familiares e humanitárias. A defesa alegou que se tratava da única oportunidade no ano para a convivência familiar, especialmente durante as celebrações de Natal e Ano Novo.
Os argumentos destacaram a situação do filho menor da investigada, que poderia aproveitar as férias escolares para estar com a avó. Além disso, os advogados ressaltaram que a mãe de Karen é idosa e não teria condições físicas de viajar até a capital paulista para visitá-la.
Histórico criminal e investigações
Karen Tanaka é viúva de Wagner Ferreira da Silva, o 'Cabelo Duro', executado em 2018 e apontado como um dos principais chefes do PCC. Ela foi presa em fevereiro de 2024, durante a Operação Verão, quando foram apreendidos mais de R$ 1 milhão e 50 mil dólares.
As investigações, iniciadas em junho de 2023, indicam que ela era uma das responsáveis por lavar recursos do tráfico de drogas da facção na Baixada Santista. Segundo o delegado geral Artur José Dian, ela operava através de empresas de 'laranjas', movimentando milhões de reais.
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontou que uma empresa criada por Karen registrou movimentação financeira superior a R$ 35 milhões. Inicialmente presa, ela teve a prisão convertida em domiciliar por causa do filho e, posteriormente, passou a cumprir medidas cautelares.
Recentemente, no início de dezembro, a Justiça determinou que a Polícia Civil realize novas investigações sobre a atuação de Karen nos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro. O caso continua sob acompanhamento das autoridades.