Uma grave falha de segurança permitiu a fuga de dois detentos considerados de alta periculosidade da Unidade de Tratamento Penal de Cariri, no sul do Tocantins. O episódio ocorreu na noite de 25 de dezembro de 2025, mas só foi descoberto pelas autoridades na manhã do dia seguinte. Até o momento, os criminosos continuam foragidos, mobilizando uma intensa operação policial na região.
Quem são os foragidos e seus históricos criminais
Os fugitivos foram identificados como Renan Barros da Silva, de 26 anos, e Gildásio Silva Assunção, de 47 anos. Ambos são apontados como integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e representam alto risco à sociedade.
Gildásio possui quatro condenações, incluindo homicídio, com penas que somam 46 anos de prisão. Renan, no entanto, carrega um histórico ainda mais sombrio. Condenado a 72 anos de prisão em 2023 por três homicídios qualificados e ocultação de cadáver em Araguaína, ele foi descrito pelo Ministério Público como um assassino que agia por puro prazer.
O promotor Guilherme Cintra Deleuse afirmou que os crimes de Renan, cometidos em 27 de maio de 2021, não tinham motivação além do "prazer repugnante de matar". As três vítimas foram executadas a tiros enquanto andavam de moto pelas ruas.
Como ocorreu a fuga do presídio de segurança máxima
A evasão aconteceu em uma unidade inaugurada em 2020 com um investimento de aproximadamente R$ 32 milhões, projetada para ser uma referência em segurança. A estrutura emprega tecnologia modular, que promete resistência três vezes maior que a convencional, justamente para impedir o acesso dos internos a metais para fabricar ferramentas.
Apesar disso, os presos conseguiram serrar a grade da cela onde estavam, acessaram uma janela e, utilizando uma corda artesanal feita de lençóis, desceram o muro da prisão. Vídeos mostram que eles passaram por uma concertina e cortaram parte do alambrado próximo a uma guarita.
Um detalhe chama atenção: os dois detentos haviam sido transferidos de pavilhão recentemente e, no momento da fuga, estavam em uma cela separada por questões disciplinares. A Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) instaurou um procedimento para investigar como os materiais usados na fuga, como a serra, entraram no local.
Busca intensa e reforço na segurança
Mais de cinco dias após a fuga, nenhum dos detentos foi recapturado. Equipes da Polícia Civil, Polícia Militar e outras forças de segurança realizam buscas intensas em toda a região sul do estado. A Secretaria de Segurança Pública informou que, por questões de estratégia, não detalhará as medidas em andamento.
Imediatamente após o episódio, a segurança da Unidade de Cariri foi reforçada para evitar novas ocorrências e manter a ordem interna. A população pode colaborar fornecendo qualquer informação que leve à localização dos foragidos.
Os canais para denúncia são:
- Polícia Militar: 190
- Polícia Civil: 197
- Central de Flagrantes de Gurupi: (63) 3312-4110
As denúncias podem ser feitas de forma anônima, com garantia de sigilo absoluto para o denunciante.