Um sargento da Polícia Militar foi detido em flagrante durante a madrugada desta sexta-feira, 5, na comunidade das Palmeiras, em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O militar foi surpreendido portando um fuzil e uma pistola com as numerações raspadas, além de munições.
Detalhes da prisão e conexão com a facção
A prisão do sargento Edinei Silva de Andrade, de 46 anos, ocorreu por volta das 3h da manhã, após um tiroteio na região. O policial foi encontrado dentro de um veículo que apresentava marcas de tiros. Além das armas, foram apreendidos R$ 2,8 em espécie.
As investigações iniciais indicam que o sargento mantinha uma relação direta com importantes chefes do Comando Vermelho (CV). Entre os nomes citados estão Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, e Wilton Carlos Quintanilha, o Abelha. Após a prisão, Edinei foi encaminhado para a delegacia de Niterói.
Guerra pelo controle das favelas em Niterói
O episódio ocorre em um momento de intensa disputa pelo controle territorial em Niterói. Nos últimos quatro anos, o Comando Vermelho consolidou seu domínio sobre todas as favelas do município. Contudo, essa hegemonia vem sendo desafiada nos últimos dias por integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP), que tentam retomar áreas consideradas estratégicas.
Pelo menos cinco comunidades são alvo direto deste conflito: Coreia, Vila Ipiranga, Palmeira, Nova Brasília e Charitas, além de regiões próximas. Uma das localidades de maior valor estratégico para o CV é a favela do Sabão, vizinha ao batalhão da PM em Niterói. Segundo informações policiais, o local é utilizado como um grande depósito de armas para abastecer a facção.
Contexto e transferência de líder
O cenário de tensão ganhou um novo capítulo no mês passado com a transferência de Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça, apontado como um dos principais chefes do tráfico na região. Ele foi removido do presídio de Bangu 1 para uma unidade prisional federal, movimento que pode impactar a dinâmica de poder local.
A prisão de um policial militar com armas de guerra e supostas ligações com o crime organizado levanta sérias questões sobre a infiltração de facções nas instituições e a complexa guerra pelo controle dos territórios na Região Metropolitana do Rio.