Operação policial desmantela rede de tráfico que usava empresa de logística em Canoas
Polícia desmantela rede de tráfico em empresa de logística

A Polícia Civil deflagrou uma operação de grande porte nesta quinta-feira (27) contra uma organização criminosa que utilizava uma empresa de logística de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, para distribuir drogas em todo o Rio Grande do Sul.

Alvos e prisões em múltiplos estados

Até o momento, 40 pessoas foram presas durante a operação, que cumpre 153 ordens judiciais em 15 municípios de sete estados brasileiros. As buscas ocorrem no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rondônia, São Paulo e Bahia.

As cidades onde as ações estão sendo realizadas incluem Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Santo Antônio da Patrulha, Taquara, Cachoeirinha, Charqueadas, Alvorada, Arroio do Meio, Jaraguá do Sul, Camboriú, São José, Rio de Janeiro, Porto Velho e Salinas.

Esquema sofisticado de lavagem de dinheiro

Os investigadores descobriram que a organização criminosa utilizava métodos elaborados para ocultar a origem ilícita do dinheiro obtido com o tráfico. Foram bloqueados R$ 39.373.542,86 em valores totais, incluindo R$ 1,5 milhão em ativos como carros de luxo e imóveis.

Entre as medidas judiciais cumpridas estão 53 prisões preventivas, 54 bloqueios de contas bancárias, dois sequestros de imóveis e oito veículos de luxo apreendidos, incluindo modelos da marca Porsche.

Os delegados Adriano Nonnenmacher e Rafael Liedtke, responsáveis pela investigação, explicam que os criminosos compravam veículos de luxo, imóveis e empresas de fachada para dissimular os recursos ilícitos. Além disso, utilizavam contas de laranjas e remetiam o dinheiro para outros estados.

Ano de investigações revela esquema complexo

Durante um ano de trabalho investigativo, a Polícia Civil constatou que a organização fazia grande parte da distribuição de maconha no Rio Grande do Sul, tendo sido apreendidas mais de 5 toneladas da droga ao longo das investigações.

O esquema também incluía a venda de laudos toxicológicos falsos para caminhoneiros que trabalhavam para a organização criminosa, facilitando o transporte das drogas sem levantar suspeitas.

Os investigadores destacam o recrutamento de indivíduos com antecedentes graves como tráfico, homicídios e roubos, estratégia usada para evitar detecções pelos órgãos fiscalizadores.

Entre os alvos de prisão preventiva está o líder da organização, que coordenava pessoalmente as operações logísticas e financeiras, além de seus gerentes, laranjas, alguns assaltantes de banco, homicidas e duas outras lideranças de primeiro e segundo escalão de duas organizações gaúchas.

Os delegados mencionam a existência de um "consórcio" entre criminosos de diferentes organizações para financiar o esquema, indicando uma parceria na mercancia de drogas e dissimulação de recursos ilícitos.

A operação ainda está em andamento e novos desdobramentos são esperados nas próximas horas conforme as buscas e prisões avançam pelos diferentes estados.