
Numa ação que lembra aqueles filmes de suspense — só que real —, a Polícia Federal botou o pé no acelerador para desmontar uma máquina de lavar dinheiro que abastecia o tráfico na capital do país. A operação, batizada de 'Criptoescudo', mirou diretamente um grupo especializado em transformar o lucro sujo do narcotráfico em patrimônio limpinho.
E olha, não foi pouco não. Os agentes conseguiram bloquear nada menos que R$ 8 milhões espalhados em contas bancárias, imóveis e até veículos de luxo. A coisa era grande, organizada e, pasmem, funcionava há tempos sob os narizes de todo mundo.
Como a quadrilha operava
O esquema não era nada amador. Os investigados usavam empresas de fachada — algumas com CNPJ bonitinho, tudo certinho no papel — para justificar entradas vultosas de dinheiro. Lavação clássica, mas com uma pitada de modernidade: parte dos valores era movimentada via criptomoedas, o que dificultava (e muito) o rastreio.
Os caras não economizavam na criatividade. De repente, um sujeito que ontem não tinha onde cair morto aparecia comprando apartamento de alto padrão, carro importado zero — tudo no cheque, sem parcelas. A ganância, como sempre, foi a maior aliada da investigação.
A investida da PF
Logo cedo, os policiais federais bateram em vários endereços no Distrito Federal. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, e a Justiça autorizou ainda o bloqueio de quaisquer valores que estivessem ligados aos alvos. Nada de prisões, desta vez — o foco era secar financeiramente a organização.
Segundo um delegado que acompanha o caso (e preferiu não se identificar), a operação 'Criptoescudo' é só a ponta do iceberg. "Isso aqui é um braço financeiro importante. Cortamos hoje, mas a investigação segue firme — e outros nomes podem surgir", adiantou.
A sensação que fica? O crime pode até pagar — mas quando a PF resolve agir, a conta chega. E dessa vez, veio salgada.