
Numa ação que parece saída de um roteiro de filme policial, a Polícia Federal (PF) colocou as mãos em um verdadeiro tesouro — e não estamos falando de piratas. Carros que custam mais que uma casa, joias que brilham mais que o sol do meio-dia e armas que nunca deveriam estar onde estavam. Tudo apreendido numa operação que investiga um desvio que daria para construir uns três hospitais decentes.
Parece piada, mas é triste realidade: enquanto pacientes esperam meses por uma consulta no SUS, alguns espertalhões estavam nadando no dinheiro público como patos em lagoa. A operação, batizada com um nome que só a PF sabe explicar, aconteceu simultaneamente em São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O que a PF encontrou?
Prepare o queixo, porque a lista é longa:
- Carros de luxo que fazem os olhos brilharem — e o bolso chorar
- Joias que dariam para presentear todas as madrinhas de Carnaval
- Armas que, convenhamos, médico nenhum precisa para receitar remédio
- Documentos que contam uma história bem diferente da que deveriam
Não bastasse o absurdo do desvio em si, a forma como o dinheiro foi gasto — ou melhor, desperdiçado — é de deixar qualquer cidadão de cabelo em pé. Enquanto isso, nos postos de saúde, a falta de medicamentos básicos continua sendo o pão nosso de cada dia.
Como o esquema funcionava?
Parece complicado, mas no fundo é simples como tirar doce de criança: contratos superfaturados, notas fiscais criativas e uma boa dose de audácia. Os investigados — que agora devem estar suando mais que maratonista em dia de verão — criaram um sistema tão elaborado que quase funcionou.
Quase. Porque a PF, com sua paciência de detetive de série americana, foi desmontando o quebra-cabeça peça por peça. E olha que não foram poucas peças — estamos falando de milhões desviados durante anos.
Os alvos da operação, que agora devem estar se arrependendo amargamente de suas escolhas, responderão por vários crimes. E não são crimes pequenos, não. Estamos falando de:
- Lavagem de dinheiro (aquele clássico)
- Formação de quadrilha (porque sozinho ninguém faz festa)
- Corrupção ativa e passiva (o velho toma lá dá cá)
- E outros que tais que o Ministério Público vai apresentar
Agora é esperar para ver quantos vão trocar seus ternos caros por uniformes listrados. Porque uma coisa é certa: com as provas que a PF diz ter, vai ser difícil convencer qualquer juiz de que tudo isso era "apenas um mal-entendido".