Lava-jato do PCC: veja os negócios surpresa usados para lavar milhões em São Paulo
PCC lavava dinheiro em lojas de brinquedos e padarias

Uma investigação da Polícia Federal expôs a engenhosa teia de negócios aparentemente legítimos utilizada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavar milhões de reais obtidos com atividades criminosas. A operação "Disparada 3", deflagrada nesta terça-feira (22), revelou como a facção infiltrou seu dinheiro em setores surpreendentes da economia paulista.

Da diversão infantil aos pães quentinhos: os fronts inusitados

Entre os estabelecimentos identificados como "fachadas de luxo" para a lavagem de dinheiro, destacam-se negócios que parecem totalmente distantes do mundo do crime:

  • Lojas de brinquedos que movimentavam valores incompatíveis com seu porte
  • Padarias tradicionais com fluxo de caixa superfaturado
  • Motéis utilizados para circular grandes quantias em espécie
  • Fintechs que facilitavam transações financeiras suspeitas

Operação em grande escala

A ação policial mobilizou 120 agentes e cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em endereços localizados na capital paulista e em cidades do interior. Os alvos incluíam desde empresários até supostos "laranjas" do esquema.

"A sofisticação do método chamou a atenção dos investigadores", revela um dos delegados responsáveis pela operação. "Eles criavam empresas com atividades comerciais reais, mas que serviam principalmente para justificar o movimento de valores altíssimos provenientes do tráfico e de outras ilegalidades."

O modus operandi da lavagem

  1. Captação de recursos através de crimes como tráfico de drogas e contrabando
  2. Injeção do dinheiro em empresas de fachada com atividade comercial real
  3. Superfaturamento de vendas e serviços para justificar o fluxo financeiro
  4. Utilização do sistema bancário e fintechs para "esquentar" o dinheiro
  5. Repasse dos recursos "limpos" para integrantes da facção

Impacto nas investigações

Esta não é a primeira vez que a Polícia Federal desmonta esquemas de lavagem do PCC. A operação Disparada 3 representa mais um golpe na estrutura financeira da facção, considerada essencial para a manutenção de suas atividades criminosas.

As investigações continuam e novas frentes de atuação podem ser abertas conforme a análise dos documentos e equipamentos apreendidos durante as buscas.