Operação da PC-SP prende 2 por tráfico e lavagem com 81 toneladas de cafeína
PC-SP prende 2 em operação contra tráfico com cafeína

Uma ação da Polícia Civil do Estado de São Paulo resultou na prisão de duas pessoas nesta quarta-feira (17). A operação tinha como alvo uma organização criminosa especializada em tráfico de drogas e lavagem de capitais, que utilizava empresas de fachada para adulterar cocaína com grandes quantidades de cafeína.

Mandados cumpridos e apreensões

Os policiais cumpriram um total de 28 mandados de busca e apreensão durante a operação. Entre os locais vasculhados estava a residência do secretário de Habitação da Prefeitura de Taboão da Serra, Márcio Alfredo Ferreira. A justificativa para a busca, segundo a Polícia Civil, foi a existência de negócios realizados pelo secretário com uma das empresas investigadas pelo esquema.

O g1 tentou contato com a Prefeitura de Taboão da Serra para obter um posicionamento, mas não recebeu resposta até o momento da última atualização desta reportagem.

No decorrer das ações, os agentes apreenderam um significativo patrimônio suspeito de ter origem ilícita. Foram confiscados 12 carros, duas motocicletas e dezenas de aparelhos celulares. As investigações se concentraram em empresas com atuação na capital paulista e também nas cidades de Taboão da Serra e Osasco.

O esquema de adulteração da droga

A investigação revelou um modus operandi sofisticado. A quadrilha adquiria cafeína em grande escala para misturá-la à cocaína, uma prática que visa aumentar o volume do entorpecente e, consequentemente, os lucros ilegais. As empresas de fachada eram o centro da operação, servindo para mascarar a compra da substância e a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico.

De acordo com as apurações, desde o mês de março deste ano, essas empresas compraram aproximadamente 81 toneladas de cafeína. Os investigadores calculam que essa quantidade monumental de insumo poderia ter gerado cerca de 240 quilos de cocaína adulterada para o mercado ilegal.

Investigção aponta fornecedor de Guarulhos

Um capítulo importante da investigação ocorreu ainda em outubro, quando a polícia apreendeu 500 quilos de cafeína que estavam destinados à adulteração de cocaína. O rastreamento da mercadoria levou os investigadores a uma grande empresa de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Segundo as autoridades, a empresa fornecedora é considerada idônea e, em tese, não teria conhecimento da finalidade ilícita para a qual a cafeína era comprada. A polícia agora apura se a venda ocorreu devido a uma falha nos controles internos da companhia ou se algum funcionário tinha ciência e participação no esquema criminoso.

A operação desta quarta-feira marca um avanço significativo no combate a essa organização, mas as investigações continuam para desvendar toda a rede de envolvidos e a destinação do dinheiro lavado.