Uma grande operação da Polícia Civil de São Paulo está em andamento nesta terça-feira (22) para desarticular uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro suspeita de estar ligada à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Alvo: R$ 1,2 bilhão em movimentação suspeita
Os investigadores miram um grupo empresarial que controla impressionantes 69 postos de combustível espalhados pelo estado de São Paulo. Segundo as investigações, esses estabelecimentos movimentaram cerca de R$ 1,2 bilhão entre 2021 e 2023, com fortes indícios de que parte significativa desse valor seria proveniente de atividades ilícitas.
Nova fase da Operação Omertà
Esta é a quarta fase da Operação Omertà, que já havia descoberto anteriormente esquemas semelhantes envolvendo outras redes de postos. O nome "Omertà" faz referência ao código de silêncio da máfia italiana, representando a lei do silêncio que protege organizações criminosas.
A força-tarefa cumpre 18 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, incluindo residências e empresas. As ações se concentram principalmente na capital paulista e na região metropolitana.
Como o esquemo funcionava
De acordo com as investigações da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), o grupo utilizava os postos de combustível para:
- Lavar recursos obtidos ilegalmente através do tráfico de drogas
- Movimentar grandes quantias em dinheiro sem justificativa legal
- Simular operações comerciais para dar aparência de legalidade aos valores
- Integrar uma complexa rede financeira do crime organizado
Perfil dos investigados
Os donos dos postos alvos da operação são descritos pelas investigações como "testas de ferro" do PCC - pessoas que atuam como laranjas para esconder o verdadeiro controle dos negócios pela facção criminosa.
"Estamos atacando as fontes de financiamento do crime organizado. Sem dinheiro, essas organizações perdem sua capacidade de atuação", explicou um delegado envolvido nas investigações.
Impacto no combate ao crime organizado
A operação representa um golpe significativo nas finanças do PCC, demonstrando a estratégia das autoridades em atacar não apenas os crimes violentos, mas também a estrutura econômica que sustenta a facção.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos e desvendar completamente os mecanismos de lavagem de dinheiro utilizados pelo grupo.
