A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação de grande porte para desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de drogas. As investigações, que partiram do estado de Alagoas, revelaram que a cidade de Arapiraca, no Agreste alagoano, era um dos pontos de apoio fundamentais para o grupo.
Investigações começaram com prisões em aeroportos
O caso teve início no final do ano passado, após a prisão em flagrante de alguns indivíduos em terminais aéreos brasileiros. De acordo com o delegado da PF, Gustavo Gatto, jovens eram recrutados para transportar entorpecentes para a Europa. O método comum era ocultar a droga dentro de garrafas de bebidas, como rum.
Em um dos episódios mais emblemáticos, um jovem natural de Arapiraca foi detido no Aeroporto Internacional do Recife, em Pernambuco. Com ele, os policiais encontraram quase 2,5 quilos de cocaína escondidos no interior de três garrafas de rum. A imagem do material apreendido foi divulgada pela própria PF.
Rota boliviana e estrutura criminosa
As apurações mostraram que a organização possuía uma rota estabelecida. Em outro caso, um morador de Arapiraca foi preso no aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte. A investigação apurou que ele havia viajado até a região de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para buscar a droga antes de tentar seguir viagem para o continente europeu.
Para além dos "mulas" que transportavam a carga, os agentes identificaram outros integrantes do esquema. Eles eram responsáveis por funções logísticas essenciais, como a compra de passagens aéreas, o fornecimento de documentação e o repasse de recursos financeiros para custear as viagens ilícitas.
Operação abrange seis estados brasileiros
A operação foi executada simultaneamente em seis estados da federação: Alagoas, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Os mandados judiciais – três de prisão temporária e três de busca e apreensão – foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal em Alagoas.
Até o momento, todos os mandados foram cumpridos pela Polícia Federal. Os investigados responderão, na Justiça, por crimes de tráfico internacional de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações permanecem em andamento para identificar e localizar outros possíveis envolvidos na rede criminosa.
A ação reforça o combate a organizações que exploram jovens para o transporte de drogas em rotas internacionais, utilizando o território brasileiro como ponte. A PF não descarta novas prisões e apreensões nas próximas etapas do inquérito.