Uma mulher de 55 anos foi presa na manhã desta quarta-feira (18) em Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, suspeita de atuar como falsa advogada para facções criminosas. A prisão ocorreu durante a Operação Falsária, deflagrada pela Delegacia de Polícia de Marataízes com apoio da Inteligência da Polícia Penal.
Fraude na inscrição da OAB-PB
Segundo a Polícia Civil, Tatiana Barbosa do Nascimento fraudou sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil da Paraíba (OAB-PB) e usava uma carteira profissional falsa. As investigações, que começaram em agosto de 2025, revelaram que ela forjou um certificado de aprovação no Exame da Ordem com data de 1992, embora só tenha se formado em Direito em 2015.
O documento falso teria sido produzido a partir de um modelo encontrado na internet. Com esse certificado, em outubro de 2017, Tatiana solicitou por e-mail a emissão de uma segunda via do documento junto à OAB-PB, conseguindo a inscrição como advogada e a carteira funcional de forma totalmente remota.
Atendimentos a líderes de facções
As investigações apontaram que a falsa advogada realizou 218 atendimentos a internos do sistema penitenciário capixaba, a maioria em unidades de segurança máxima. Entre os presos atendidos estariam integrantes e lideranças de facções criminosas como Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC), Primeiro Comando de Vitória (PCV) e Associação Família Capixaba (AFC).
À polícia, Tatiana confessou ter fraudado o documento, mas negou participação em organizações criminosas. Ela alegou que foi obrigada a se casar com um dos presos, sob ameaças de morte, e a atender outros internos indicados por ele.
Prisão e apreensões
A prisão aconteceu na casa da suspeita, localizada na comunidade de Campo Acima, em Itapemirim. No local, os policiais apreenderam a carteira falsa da OAB, bilhetes de detentos e diversos documentos. A ação foi acompanhada por um advogado representante da OAB do Espírito Santo.
A falsa advogada vai responder pelos crimes de fraude, uso de documento público falso e participação em organização criminosa. A OAB do Espírito Santo e a OAB da Paraíba foram procuradas para se manifestar sobre o caso, mas não se posicionaram até o momento da publicação. A defesa de Tatiana também não foi localizada.