Mourão defende comando petista na CPI do Crime Organizado e foca em resultados
Mourão apoia Contarato na CPI do Crime Organizado

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) se posicionou de maneira contrária a parte da oposição ao defender o comando petista na CPI do Crime Organizado. Em entrevista ao programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal, o parlamentar afirmou que não vê problemas na presidência do senador Fabiano Contarato (PT-ES) sobre os trabalhos da comissão.

Visão positiva sobre comando da CPI

Hamilton Mourão demonstrou confiança no trabalho do senador Fabiano Contarato à frente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado. "A oposição tem alguma preocupação, mas eu, particularmente, não vejo motivo para isso", declarou o senador durante a entrevista concedida em 10 de novembro de 2025.

O parlamentar justificou sua posição lembrando da atuação conjunta dos dois senadores na Comissão de Segurança Pública. Mourão citou como exemplo de convergência de pensamentos o projeto de Contarato para aumentar o tempo de internação de menores infratores, que foi relatado pelo senador Flávio Bolsonaro.

Objetivos concretos da investigação

A CPI do Crime Organizado tem potencial para produzir resultados significativos, segundo Mourão, desde que mantenha o foco técnico e não se transforme em "palanque político". A comissão deve investigar principalmente a estrutura financeira e as conexões internacionais das facções criminosas.

"Essa investigação, pelos eixos colocados no plano de trabalho, vai buscar deslindar a atuação dessas organizações, o financiamento, as conexões internacionais e a infiltração nas instituições públicas", explicou o senador.

Mourão destacou que o pedido de criação da CPI foi apresentado em junho pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), demonstrando que não se trata de uma iniciativa oportunista motivada apenas pela recente megaoperação no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortos.

Foco em propostas práticas

Para o senador, o sucesso da comissão dependerá da capacidade de gerar propostas concretas que possam orientar novas legislações e ações do Executivo. O relatório final deve ir além do diagnóstico e apontar soluções práticas para o problema de segurança pública que afeta o país.

"O Brasil vive um problema de segurança pública que transcende governos. O objetivo tem que ser identificar falhas, propor soluções e devolver ao Estado o controle sobre o território e as instituições", afirmou Mourão.

O parlamentar ressaltou que a cooperação entre diferentes partidos e perfis políticos será fundamental para o êxito dos trabalhos. "Se o foco for o interesse público e não o embate ideológico, ela poderá prestar um grande serviço ao país", concluiu, demonstrando otimismo em relação aos resultados que podem ser alcançados pela CPI do Crime Organizado.