Golpe das Piscinas: Operação em Montes Claros desmonta esquema criminoso que lesava consumidores
Golpe das piscinas: 7 presos em operação em MG

Era um daqueles esquemas que parecia perfeito no papel — até você descobrir que a piscina dos sonhos nunca sairia do papel. Na terça-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais botou fim a uma farsa que vinha tirando o sossego — e o dinheiro — de muita gente em Montes Claros e região.

Setembro mal tinha começado quando os investigadores perceberam que havia algo de podre no reino das piscinas. E não era cloro. Uma organização criminosa, com uma lábia que convencia até o mais desconfiado, prometia instalações relâmpago que, pasmem, nunca saíam do projeto.

O modus operandi que enganou dezenas

Como será que eles operavam? A receita era simples, mas eficaz. Primeiro, anúncios tentadores em redes sociais e classificados. Depois, orçamentos que pareciam bons demais para ser verdade — e eram mesmo. O cliente pagava adiantado, às vezes a vista, e depois... silêncio. Nada de piscina, nada de devolução do dinheiro.

Os prejuízos? Ah, esses eram daqueles que dão calafrios. Algumas vítimas perderam economias de anos, outras adiaram sonhos de reforma. Uma senhora de 68 anos, que preferiu não se identificar, contou que juntou por três anos para presentear os netos com uma piscina — e ficou só com a promessa.

A operação que não deixou pedra sobre pedra

Quando a polícia botou as mãos na massa, a coisa ficou séria. Dois mandados de prisão temporária e cinco de preventiva foram executados de uma só vez. A operação, batizada de 'Piscina Limpa', envolveu mais de trinta policiais e peritos.

Os investigadores encontraram de tudo: contratos fantasmas, contas bancárias que mais pareciam labirintos financeiros, e documentos que contavam uma história bem diferente da que as vítimas ouviram. Parece que a criatividade dos golpistas para inventar desculpas era maior que seu talento para cumprir promessas.

Os sete presos — todos homens, entre 25 e 48 anos — agora enfrentam acusações de estelionato qualificado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A justiça, dessa vez, não deixou barato.

E as vítimas? O que fazer agora?

Quem caiu no conto do vigário — ou melhor, do piscineiro — deve procurar a delegacia mais próxima com todos os documentos que tiver. Contratos, mensagens, comprovantes de pagamento: tudo serve como prova.

E fica o alerta: na hora de contratar serviços mais caros, desconfie de preços muito abaixo do mercado. Peça referências, visite obras anteriores, e nunca — mas nunca mesmo — pague tudo adiantado. Como diz o ditado, o barato pode sair caro. No caso das piscinas fantasmas, saiu mesmo.

Resta saber quantas outras organizações assim ainda operam por aí. Mas por enquanto, em Montes Claros, pelo menos sete 'empresários' vão ter tempo de sobra para pensar na vida — atrás das grades.