O filho de um dos principais acusados em um grande esquema de desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi preso nesta quinta-feira (18) após assumir a liderança operacional do grupo criminoso. A informação é parte dos desdobramentos da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal.
Sucessão no comando do esquema
Romeu Antunes Carvalho, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, o conhecido Careca do INSS, foi detido em uma nova fase da operação. De acordo com as investigações, ele passou a atuar como sucessor operacional do pai após este se tornar alvo de uma fase anterior da ação policial e sofrer um desgaste público considerável.
Conteúdos extraídos de celulares apreendidos, incluindo o do próprio Careca do INSS, indicam que Romeu assumiu um papel estratégico fundamental. A decisão judicial que autorizou a prisão descreve que ele se tornou "o principal operador administrativo da organização criminosa em fase de reorganização".
Atuação em negócios ilícitos e lavagem de dinheiro
As funções desempenhadas por Romeu Antunes Carvalho eram vastas e centrais para a continuidade do esquema. A PF apurou que ele:
- Comandava reuniões com notários nos Estados Unidos.
- Procedia à abertura de novas empresas para substituir entidades que já estavam comprometidas pelas investigações.
- Movimentava grandes quantias em recursos em espécie, retirados diretamente de cofres.
- Organizava quadros de funcionários e exames admissionais para a empresa AMIGO CENTER.
Além da gestão operacional, as apurações mostram que o filho do Careca do INSS participava ativamente de operações de lavagem de capitais. Essa participação se dava principalmente através da criação de empresas de fachada e da simulação de operações imobiliárias fraudulentas.
Descumprimento de ordem judicial e prisão
Outro ponto grave levantado pela Polícia Federal foi o descumprimento de uma restrição judicial que havia sido imposta ao pai, Antônio Carlos. Romeu teria servido como ponte de comunicação entre o Careca do INSS, que estava sob medidas cautelares, e outros investigados no mesmo esquema, burlando assim as determinações da Justiça.
A prisão ocorreu no dia 18 de dezembro de 2025. O esquema comandado pela família é suspeito de ter desviado cerca de R$ 5 milhões em valores de aposentadorias e pensões do INSS, recursos que teriam sido enviados para Danielle Miranda Fonteneles, outra pessoa citada nas investigações.
O caso segue sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF), evidenciando a complexidade e o alto nível da investigação que envolve fraudes contra a previdência social.