Vendedores de coco na orla de Fortaleza sofrem ameaças de facção criminosa: 'Comprem só da gente'
Facção impõe monopólio na venda de cocos em Fortaleza

Era pra ser mais um dia de sol e vendas tranquilas na orla de Fortaleza, mas o clima na Praia de Iracema tá mais pesado que caldeirão de feijoada em janeiro. Pelo menos é o que contam os vendedores de coco — aqueles mesmos que a gente vê há décadas com suas barraquinhas coloridas, facão afiado e um sorriso no rosto.

Só que agora tem um detalhe novo na história: uma facção criminosa resolveu botar a mão nesse negócio. E não foi com conversa fiada não. Segundo relatos, os caras chegaram dando ordem: "Ou compram os coco da gente, ou arruma confusão". Nem precisa dizer que o povo tá com o pé atrás, né?

O golpe do 'coco taxado'

Parece até roteiro de filme, mas é a realidade: os coqueiros da orla viraram alvo de guerra de facções. Os vendedores — muitos deles trabalhando no mesmo ponto há 20, 30 anos — tão sendo obrigados a comprar exclusivamente do grupo criminoso. E olha que o preço não tá nada camarada...

"Antes a gente comprava direto do produtor por R$ 1,50 a unidade. Agora tão querendo me vender por R$ 3,50", desabafa um vendedor que preferiu não se identificar (e você entende o motivo). Outro conta que já recebeu ameaça "pra não ficar de esperteza" quando tentou comprar de outro fornecedor.

O lado humano da história

O que mais dói nisso tudo? Ver o suor honesto de gente simples sendo transformado em moeda de bandido. Dona Maria, 62 anos, vende coco na beira-mar desde os tempos em que Fortaleza ainda tinha bonde: "Nunca precisei andar armada pra trabalhar, agora tô com medo até de vir pra cá", confessa enquanto arruma sua barraca com mãos trêmulas.

E não é só medo não. É revolta mesmo. Porque convenhamos: se até o negócio de vender água de coco na praia já virou alvo de crime organizado, a gente pode começar a se perguntar — cadê o Estado nessa história toda?

O silêncio que fala alto

Até agora, a Secretaria de Segurança Pública do Ceará não se pronunciou sobre o caso (e olha que a notícia já rodou meio mundo). Enquanto isso, os vendedores seguem entre a cruz e a espada: ou pagam o "imposto bandido" ou arriscam a própria pele.

Alguns até tentaram resistir no começo, mas aí começaram a sumir mercadorias, barraca foi vandalizada... O recado foi dado. E parece que dessa vez, infelizmente, o crime tá saindo na frente.

Será que vai precisar acontecer uma tragédia pra alguém tomar providência? Porque do jeito que tá, o único coco que vai sobrar pra esses trabalhadores é o da injustiça.