
Imagine a cena: uma casa comum, de um bairro tranquilo de Jundiaí, com roseiras na frente e uma garagem aparentemente normal. Pois é, as aparências enganam — e como enganam. Foi ali, entre ferramentas e projetos de engenharia, que um aposentado de 74 anos montou o que a polícia não hesita em classificar como uma fábrica clandestina de armas. Sim, leu bem.
O caso, que parece saído de um roteiro de filme, veio à tona nesta segunda-feira (19) após uma investigação de meses. A operação foi deflagrada pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (DENARC), e o resultado foi, no mínimo, assustador.
O que a polícia encontrou?
Não era apenas uma ou duas armas — era uma linha de produção. Uma fresa CNC, uma plaina, dezenas de carregadores, canoes de pistola, e até munição. Tudo isso, operado por um homem que, em tese, deveria estar aproveitando a aposentadoria com mais tranquilidade.
Pior: as armas não eram só para uso próprio. Tudo indica — e as investigações seguem apurando — que havia um esquema organizado de venda. As encomendas, segundo relatos, eram feitas via aplicativos de mensagem. Um delivery do crime, literalmente.
E como ele foi descoberto?
Ah, aí é que a coisa fica interessante. A investigação começou com buscas em endereços ligados a suspeitos de tráfico — e uma das pistas levou straight to his door. Quando a polícia chegou, o maquinário ainda estava quente. Quase literalmente.
O idoso — que obviamente não esperava visitas — foi pego de surpresa. Não deu tempo de esconder nada. Estava tudo ali: equipamentos, armas prontas, semi-prontas… Um verdadeiro arsenal caseiro.
Ele foi preso em flagrante — e a justiça já deu aval. A defensoria, claro, foi acionada. Mas, convenhamos: com provas tão concretas assim, fica difícil argumentar que era apenas um "hobby".
O delegado Emerson Massera, que coordenou a operação, foi direto: "Era uma estrutura profissional, capaz de produzir armas em série. Não era amadorismo." E olha, não é difícil acreditar. Máquinas de precisão, ferramentas especializadas… Isso é trabalho de quem sabe o que faz — ou fazia.
O idoso vai responder por fabricacao irregular de arma de fogo e posse ilegal. Se condenado, a aposentadoria dele pode passar longe de ser tranquila.
Enquanto isso, a pergunta que fica é: quantos outros "fabricantes caseiros" estão por aí, operando sob o radar — e no conforto do lar?