Chefe do Comando Vermelho preso no RS: entenda a rara atuação da facção
Chefe do Comando Vermelho preso em Bento Gonçalves

Um importante integrante do Comando Vermelho, facção criminosa com forte atuação em outras regiões do Brasil, foi capturado pela polícia na região serrana do Rio Grande do Sul. A prisão ocorreu na manhã de quarta-feira, 17 de abril, na cidade de Bento Gonçalves, e expõe um raro caso de envolvimento da facção no estado.

Operação conjunta prende foragido da Justiça

A detenção foi resultado de uma ação integrada entre as polícias civis do Rio Grande do Sul e do Pará. Após troca de informações, os investigadores localizaram o suspeito, um homem de 31 anos, escondido em uma residência no bairro Progresso, em Bento Gonçalves. No momento da abordagem, ele portava documentos falsos.

Conforme a Polícia Civil, havia dois mandados de prisão em aberto contra ele, expedidos pela Justiça do Pará. Um dos mandados era por suspeita de homicídio qualificado de um policial civil, crime ocorrido em 2024. O outro mandado era por tráfico de drogas. O indivíduo era apontado como um dos chefes da facção Comando Vermelho no estado do Pará.

Por que a presença do Comando Vermelho no RS é atípica?

A prisão chama a atenção por destacar uma atuação incomum do Comando Vermelho no território gaúcho. O Rio Grande do Sul é historicamente um dos poucos estados brasileiros onde essa facção não estabeleceu bases consolidados ou dominância sobre o crime organizado local, que é marcado por outras dinâmicas e grupos.

A captura de um líder de uma facção de expressão nacional como o Comando Vermelho em solo gaúcho indica uma tentativa de expansão ou fuga, mas não reflete, até o momento, uma presença enraizada da organização no estado. A operação bem-sucedida demonstra a eficácia do trabalho de inteligência e cooperação entre as polícias de diferentes unidades da federação.

Desfecho e próximos passos

A prisão foi realizada pela 1ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves. Com o foragido preso, os trâmites legais para sua transferência e responsabilização pelos crimes no Pará devem ser iniciados. O caso reforça a importância da colaboração interinstitucional no combate ao crime organizado, mesmo em regiões onde certas facções não são hegemônicas.

A ocorrência serve como um alerta para as forças de segurança sobre a mobilidade de integrantes de alto escalão do crime, que podem buscar refúgio em estados considerados fora de seu raio tradicional de influência, utilizando documentos falsos para se ocultar.