MP-GO apreende celular com delegado preso em cela na Delegacia de Homicídios
Celular apreendido com delegado preso em cela na DIH

O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), realizou nesta quinta-feira (18) a apreensão de um aparelho celular que estava em posse do delegado Dannilo Proto, preso preventivamente. O fato ocorreu na Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH) de Goiânia.

Uso de celular na cela com nome falso

De acordo com as investigações, mesmo custodiado em uma unidade da Polícia Civil, o delegado utilizava o telefone para manter comunicação com o exterior. Dannilo Proto empregava um nome falso para entrar em contato com uma ex-aluna, enviando mensagens de áudio e texto diretamente de dentro da cela. O objetivo das comunicações era cobrar valores de ex-estudantes de um instituto de ensino ligado ao delegado.

Contexto da prisão e crimes investigados

O delegado foi preso em agosto durante a Operação Regra de Três, deflagrada pelo MP-GO. Ele é apontado como líder de uma organização criminosa e é investigado por desviar mais de R$ 2,2 milhões de recursos públicos. Os valores eram destinados a contratos ligados a escolas estaduais em Rio Verde, no sudoeste goiano, desde 2020.

Os crimes pelos quais Proto responde incluem:

  • Organização criminosa
  • Peculato
  • Contratação direta ilegal
  • Lavagem de capitais

Os desvios estavam relacionados a reformas escolares e outros contratos estaduais na área da educação.

Reações e medidas tomadas

Diante da nova apreensão, o MP-GO determinou a transferência imediata de Dannilo Proto para uma unidade prisional da Diretoria-Geral da Polícia Penal (DGPP). A defesa do delegado afirmou ao g1 que foi pega de surpresa e que só se manifestará após ter acesso integral ao termo de apreensão.

Em nota, a Polícia Civil de Goiás informou que não tinha conhecimento do uso do aparelho pelo custodiado. A instituição esclareceu que, em 25 de agosto, outros dois celulares já haviam sido apreendidos com um diferente preso na mesma delegacia. Um procedimento apuratório foi instaurado pela Corregedoria, e em 2 de outubro foi aberto um inquérito policial, com comunicação ao Judiciário e ao MP-GO.

A PCGO também afirmou que uma nova vistoria foi realizada nas celas da DIH em 27 de novembro, após denúncias midiáticas, mas nenhum aparelho eletrônico foi encontrado. A nota reitera o compromisso da corporação com a legalidade e a apuração de quaisquer irregularidades.