Chacina de garimpeiros no Amapá: AP e PA unem forças em operação policial inédita
AP e PA unem forças após chacina de garimpeiros

O silêncio da floresta foi quebrado por tiros. Oito garimpeiros — homens que viviam do suor e do risco — foram executados a sangue frio em uma região de difícil acesso entre o Amapá e o Pará. A notícia chocou os dois estados, que agora estão de mãos dadas numa caçada sem precedentes.

Dois estados, uma só guerra. A operação conjunta, batizada de "Selva Vigilante", já tem mais de 50 agentes vasculhando cada palmo daquela terra esquecida pelo asfalto. Helicópteros, cães farejadores e até drones de última geração estão sendo usados. "É como encontrar agulha no palheiro, mas não vamos descansar", disse um delegado que pediu para não ser identificado.

O que se sabe até agora?

  • Os corpos foram encontrados na terça-feira (6/8), mas os crimes podem ter ocorrido dias antes
  • Vítimas tinham entre 24 e 57 anos — algumas com famílias esperando em outros estados
  • Armas de grosso calibre foram usadas, indicando preparo dos assassinos

Nas ruas de Macapá, o clima é de revolta. "Isso aqui tá virando terra sem lei", desabafa um comerciante que preferiu não dar o nome. Enquanto isso, em Santarém (PA), parentes das vítimas se reúnem em vigília — velas acesas, fotos desbotadas, silêncio cortante.

Especialistas em segurança ouvidos pela reportagem apontam três possíveis motivos:

  1. Disputa por áreas de garimpo ilegal (o ouro continua valendo seu peso em sangue)
  2. Ajuste de contas entre facções que controlam o comércio de minérios
  3. Retaliação por alguma denúncia ou cooperação com autoridades

O governador do Amapá, Waldez Góes, foi enfático: "Não vamos tolerar essa barbárie". Já o secretário de Segurança do Pará prometeu "resultados rápidos", mas sabe-se que na Amazônia, o tempo anda diferente — e as pistas podem se perder na imensidão verde.

Uma pergunta que não quer calar: até quando a floresta continuará sendo palco dessas tragédias? Enquanto isso, famílias choram, polícias correm, e o rio — testemunha silenciosa — segue seu curso, levando mais histórias que nunca serão contadas.