Agente foragido se entrega à polícia após operação
Um agente de trânsito do município de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, que estava foragido há quase uma semana, apresentou-se voluntariamente na Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) nesta segunda-feira, dia 1º. O indivíduo é alvo de investigação por corrupção e associação criminosa.
De acordo com a Polícia Civil do Pará, o servidor público é suspeito de integrar um esquema ilegal que recebia propina para alertar motoristas sobre a realização de blitzes e fiscalizações de trânsito no município. A investigação também revelou uma conexão preocupante do investigado com uma facção criminosa atuante no estado.
Esquema de extorsão e prisões em série
A facção com a qual o agente mantinha vínculos é apontada como responsável por praticar extorsão contra motoristas de vans que operam na Grande Belém. A prisão do agente foragido é mais um desdobramento de uma operação deflagrada na última quarta-feira, 26.
Até o momento, a ação policial já resultou na prisão de dez pessoas. Entre os detidos está a esposa do agente de trânsito, que é militar da Aeronáutica. Ela é investigada pelo crime de lavagem de dinheiro proveniente do esquema criminoso e atualmente cumpre prisão em uma unidade da Força Aérea Brasileira (FAB).
A operação também colocou sob investigação três policiais militares, suspeitos de envolvimento em atos de corrupção. Eles são acusados de práticas semelhantes às do agente municipal, como alertar condutores e liberar veículos apreendidos de forma irregular.
Demissão e apurações internas
Em resposta ao caso, a Secretaria de Transporte e Trânsito (SEMUTRAN) de Ananindeua informou, por meio de nota, que exonerou o agente de suas funções. A pasta também afirmou que apura se há outros servidores envolvidos nas irregularidades.
O agente que se apresentou nesta segunda-feira já foi recolhido a uma unidade penitenciária do estado do Pará. Todos os presos durante a operação foram conduzidos à sede da DRCO, onde os procedimentos judiciais cabíveis foram realizados.
O caso evidencia a infiltração de criminosos em órgãos públicos e a atuação de facções em crimes contra o patrimônio, levantando preocupações sobre a segurança e a integridade do serviço público na região metropolitana de Belém.