O Ministério Público de São Paulo formalizou a denúncia contra oito indivíduos pelo assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, ocorrido em 15 de setembro de 2025 na cidade de Praia Grande, litoral paulista. A acusação abrange também duas tentativas de homicídio e outros crimes conexos.
Detalhes do crime brutal
De acordo com as investigações da Polícia Civil, Ruy Fontes foi vítima de uma emboscada ao sair da Prefeitura de Praia Grande. Os executores efetuaram dezenas de disparos de fuzil contra o veículo da vítima, em um ataque extremamente violento. Após a execução, os criminosos incendiaram um dos carros utilizados na ação e conseguiram fugir do local.
Os trabalhos investigativos revelaram que o planejamento do crime teve início em março de 2025, envolvendo furto de veículos, aquisição de armamentos e definição de imóveis para apoio logístico à operação criminosa.
Quem são os acusados
Entre os oito denunciados pelo MP-SP estão: Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza, Luiz Antonio Rodrigues de Miranda, Dahesly Oliveira Pires, Willian Silva Marques, Paulo Henrique Caetano de Sales, Cristiano Alves da Silva e Marcos Augusto Rodrigues Cardoso.
As acusações formais incluem homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, porte ilegal de armas de uso restrito, favorecimento pessoal e participação em organização criminosa armada.
Motivação e vínculo com o PCC
Segundo as autoridades policiais, o crime foi ordenado pela cúpula da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) como forma de retaliação pela atuação de Fontes contra a organização criminosa durante sua carreira.
Para desvendar o caso, os investigadores utilizaram diversas técnicas, incluindo análise de câmeras de monitoramento, rastreamento de linhas telefônicas, extração de dados de celulares e nuvens, além de coleta de impressões digitais em veículos e imóveis ligados ao grupo. Esses elementos foram fundamentais para reconstruir a dinâmica do crime e vincular os denunciados à execução.
Trajetória do ex-delegado
Ruy Ferraz Fontes atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil e comandou a corporação paulista entre 2019 e 2022. Sua carreira foi marcada pelo combate ao crime organizado, sendo pioneiro nas investigações sobre o PCC.
Durante seu comando, Fontes liderou a transferência de líderes da facção de presídios paulistas para unidades federais em outros estados, medida considerada estratégica para enfraquecer o poder da organização criminosa dentro do sistema prisional.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) continuará acompanhando o caso, enquanto a Polícia Civil mantém as investigações para denunciar outros suspeitos já identificados e localizar novos envolvidos no crime.
