Operação Carbono Oculto 86: 49 postos interditados no Piauí
49 postos de combustível interditados no Piauí

A Operação Carbono Oculto 86 resultou na interdição de 49 postos de combustíveis em três estados do Nordeste brasileiro. A ação, deflagrada no dia 5 de novembro, revelou um esquema sofisticado de fraude contra consumidores e possível lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Materiais apreendidos serão analisados na Bahia

As 46 placas eletrônicas e 47 pulsers apreendidos durante a operação serão enviados para perícia no Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro). Os equipamentos são suspeitos de estar fraudados para praticar a chamada "medida baixa", que faz com que o consumidor receba menos litros de combustível do que o indicado nos painéis das bombas.

O pulser é um componente eletrônico crucial para a precisão da medição nos postos. Ele converte dados para calcular litros, valores e outras informações, transformando o movimento do fluxo de combustível em sinais digitais para a unidade de controle.

Postos reincidentes e esquema bilionário

Segundo Júnior Macedo, diretor-geral do Instituto de Metrologia do Estado do Piauí (Imepi), a maioria dos postos envolvidos na operação já tinha histórico de reincidência em práticas fraudulentas. Os 49 estabelecimentos interditados estão localizados em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins.

Macedo explica que, com o trabalho de inteligência dos órgãos envolvidos e a expertise dos fiscais, foi possível verificar que, além da bomba baixa, alguns postos estavam possivelmente usando placas adulteradas para enganar a população ao abastecer.

Conexão com facção criminosa

A operação revelou que os postos estariam envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro de R$ 5 bilhões ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações apontam para uma rede complexa que utilizava os postos de combustível para legitimar recursos ilícitos.

O caso demonstra a sofisticação dos métodos utilizados por organizações criminosas para burlar a fiscalização e prejudicar os consumidores. A análise dos equipamentos apreendidos na Bahia será fundamental para comprovar as fraudes e responsabilizar os envolvidos.