A Polícia Civil de Rondônia desferiu um duro golpe contra o crime organizado nesta sexta-feira, 5 de julho. Em uma ação batizada de Operação Descarrilho II, foram efetuadas 39 prisões de integrantes de uma facção criminosa com ramificações no tráfico de drogas no estado.
Estrutura complexa e conexões interestaduais
As investigações, que se desdobraram ao longo de meses, revelaram uma organização criminosa com estrutura complexa e funções bem definidas. Segundo os policiais, o grupo recebia ordens diretamente de criminosos presos no estado do Rio de Janeiro, demonstrando uma conexão interestatal.
Entre as atividades ilícitas atribuídas à facção estão sequestros, cárcere privado e até a prática de incêndios criminosos contra provedores de internet. As apurações começaram a ganhar corpo após a prisão em flagrante de indivíduos envolvidos em um caso de sequestro e cárcere privado.
"Tribunal do crime" e lavagem de dinheiro
A facção operava com sofisticação, mantendo um verdadeiro "tribunal do crime" para resolver disputas internas e impor sua lei. Para lavar o dinheiro proveniente das atividades ilegais, os investigados utilizavam "laranjas" – pessoas que emprestavam seus nomes para ocultar a origem dos recursos.
A coordenação das ações era feita principalmente por meio de um grupo de aplicativo de mensagens, onde os integrantes trocavam informações e planejavam os próximos passos da organização.
Operação abrange nove municípios
As prisões e medidas cautelares foram cumpridas em uma ampla área geográfica. Os mandados atingiram suspeitos em nove cidades: Rolim de Moura, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal, Espigão do Oeste, Theobroma, Vale do Anari, Machadinho do Oeste, em Rondônia, e também em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
No total, a polícia cumpriu 98 medidas judiciais, que incluíram, além das prisões, buscas domiciliares e bloqueios de bens para atingir o patrimônio ilícito da organização.
Objetivo foi desarticular rede criminosa
De acordo com a Polícia Civil, o principal objetivo da Operação Descarrilho II foi enfraquecer significativamente a rede criminosa e impedir sua atuação em diversas cidades de Rondônia. A ação representa um esforço contínuo das forças de segurança para combater a expansão de facções e garantir a segurança pública no estado.
As investigações seguem em andamento, e novas medidas podem ser tomadas à medida que novos fatos forem apurados. Os presos foram encaminhados ao sistema carcerário e responderão pelos crimes de associação criminosa, sequestro, cárcere privado, incêndio e lavagem de dinheiro, entre outros.
