Uma megaoperaçao conjunta das polícias Civil e Militar do Paraná resultou na prisao de 25 pessoas suspeitas de integrar uma organizaçao criminosa especializada em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A açao aconteceu nesta sexta-feira (28) em cinco estados brasileiros e desarticulou um esquema que movimentava em média 1,5 tonelada de maconha por mês durante dois anos.
Esquema de lavagem com empresas de fachada
De acordo com as investigaçoes, o dinheiro proveniente do tráfico de drogas era lavado por meio de empresas sediadas em Maringá, no noroeste do Paraná. Tabacarias, bares, pubs e uma revenda de veículos serviam como fachada para legalizar os recursos ilícitos.
O delegado Leandro Munin, responsável pelas investigaçoes, explicou que os estabelecimentos eram registrados em nomes de terceiros, e nao no nome do verdadeiro dono, que seria o líder da organizaçao criminosa. "Essas pessoas que cederam os nomes sao investigadas por lavagem de dinheiro, por isso foi pedido bloqueio de contas", afirmou o delegado.
Um caso curioso envolve um tatuador da cidade, que foi preso sob suspeita de receber drogas como forma de pagamento por seus serviços de tatuagem.
Rota das drogas e volume impressionante
As investigaçoes começaram em dezembro de 2023, quando em uma apreensao de drogas a polícia encontrou um telefone que se tornou peça-chave para identificar cerca de 50 membros da organizaçao.
A estrutura do grupo criminoso estava concentrada em Maringá e Loanda, no Paraná, e em Campinas, no interior de São Paulo. A droga tinha origem no Paraguai e seguia pelo Rio Paraná até Loanda, onde havia um posto de distribuiçao. De lá, seguia para Maringá e depois era levada de carro até a rodoviária de Londrina.
O transporte para Campinas e outras cidades do Brasil era feito por "mulas" - pessoas contratadas para transportar drogas em ônibus. Segundo o delegado Munin, a organizaçao enviava de 100 a 150 quilos de drogas por dia apenas para o estado de São Paulo, especialmente para Campinas, o que representava mais de 1,5 tonelada mensal e um faturamento milionário com a venda ilícita.
Resultados da operaçao e prisões anteriores
Além das 25 prisões realizadas nesta sexta-feira (22 por mandados e 3 em flagrante), a polícia cumpriu 54 mandados de busca e apreensao domiciliar. Durante as buscas, foram apreendidas porçoes de ecstasy e maconha, balanças de precisao e celulares, que serao periciados.
O combate ao crime também incluiu medidas financeiras: diversas contas bancárias foram bloqueadas e houve o sequestro de quatro imóveis vinculados ao grupo criminoso, entre eles uma chácara, casas e terrenos.
Antes desta operaçao, a polícia já havia conseguido prender outras nove pessoas, incluindo um dos líderes do grupo, que foi capturado no Paraguai em uma açao conjunta entre as polícias do Brasil e do país vizinho. Outras prisões aconteceram em dezembro de 2023, quando os policiais localizaram um centro de distribuiçao de drogas em Maringá.