
Era pra ser mais um daqueles dias de sol e futebol, sabe? Aquele cenário perfeito de verão carioca que atrai gente do mundo todo. Mas a paixão pelo esporte, quando vira obsessão cega, tem um preço amargo – e um torcedor do Peñarol, do Uruguai, acabou de descobrir isso na pele, ou melhor, na cela.
A 5ª Vara Criminal do Rio não teve dó. Seis anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, por envolvimento numa briga de torcidas que mais parecia cena de filme de ação, só que de verdade e com gente de carne e osso se machucando. O episódio, que rolou em plena orla no último dia 7 de agosto, deixou a cidade em polvorosa.
A coisa começou – pasme – por causa de uma bandeira. Sim, um pedaço de pano. O grupo do Peñarol, animado (pra não dizer outra coisa), decidiu «visitar» a concentração da equipe argentina do Racing, no Aero Hotel, na Avenida Atlântica. Nada de convite formal, claro. A investida não foi bem recebida, e o que era pra ser uma troca de provocações virou um quebra-pau generalizado, com direito a cadeiras voando, vidro quebrado e muito, muito grito.
E o nosso «herói»? Segundo as câmeras de segurança – que nunca mentem –, ele não foi só espectador. Meteu a mão na massa, ou melhor, no que viesse pela frente. A defesa tentou argumentar que ele era um mero «curioso», mas o Ministério Público escancarou a participação ativa dele no rolo. A juíza, então, nem hesitou. Considerou que a conduta dele foi violenta, perigosa e, acima de tudo, totalmente desnecessária. «A violência gerou um clima de terror», destacou na sentença, que é um verdadeiro puxão de orelha judicial.
Ah, e tem um detalhe que não pode passar batido: o sujeito já tinha uma ficha na Interpol! Sim, você leu direito. Um mandado de prisão do Uruguai por… adivinha? Roubo. Ou seja, o turista não era exatamente um cidadão modelo em sua terra natal. Isso, com certeza, pesou na hora da decisão da juíza.
O resultado da farra? Além da condenação dele, outros quatro uruguaios foram detidos na hora. Um verdadeiro salseiro que custou caro, muito caro, para quem achou que poderia curtir uma baderna impunemente em terras brasileiras. A mensagem que fica é clara: o Brasil, e o Rio em especial, não é quintal de ninguém. A Justiça está de olho, e a conta da violência chega – às vezes, mais rápido do que se imagina.
Que fique de lição para outros aficionados que confundem torcida com tribalismo: o esporte é paixão, não é guerra. E, aqui, as regras do jogo são bem diferentes.