Um crime chocou a cidade de Epitaciolândia, no interior do Acre, quando um professor de dança foi assassinado e enterrado em uma cova rasa. O principal suspeito, Victor Oliveira da Silva, de 27 anos, que já era monitorado pela Justiça com tornozeleira eletrônica, confessou o homicídio.
Detalhes do crime e investigação
O professor Reginaldo Silva Correa, conhecido como Reggis, desapareceu na noite do dia 29 de setembro. Ele havia informado à ex-esposa, Keloiza Lima Paiva, que iria fazer uma entrega, mas não retornou. Preocupada, ela registrou um boletim de ocorrência, já que a maioria dos familiares da vítima não residia em Epitaciolândia.
A polícia descobriu conversas entre a vítima e Victor em um aplicativo de mensagens através de um notebook que pertencia a Reggis. Como o suspeito já usava tornozeleira eletrônica por outro crime, os agentes localizaram-no rapidamente em uma obra onde trabalhava.
Victor confessou o crime durante o depoimento, revelando detalhes macabros. Ele afirmou que atraiu o professor para sua casa para um encontro, onde os dois discutiram. Durante a briga, aplicou um golpe conhecido como "mata-leão" na vítima e, ao perceber que Reggis não tinha mais batimentos cardíacos, dormiu ao lado do corpo e só o enterrou no dia seguinte.
Ação da Justiça e cumplicidade
A juíza Joelma Ribeiro Nogueira autorizou a Polícia Civil a acessar os dados de geolocalização da tornozeleira eletrônica de Victor. A autorização abrange o período entre 25 e 29 de setembro de 2025, considerado essencial para as investigações.
Em sua decisão, a magistrada destacou que a medida é "indispensável ao esclarecimento dos fatos" e que não há outros meios menos invasivos que possam substituí-la com a mesma eficácia. O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) tem 10 dias para compartilhar os dados solicitados pela polícia.
Além de Victor, sua vizinha Marijane Maffi, de 46 anos, responde por suspeita de ajudar a ocultar o crime. Ela teria levado o carro do professor até Cobija, na Bolívia, sob o pretexto de que o veículo estava sendo vendido. O automóvel foi localizado pela polícia boliviana e devolvido às autoridades brasileiras.
Vítima era querida na comunidade
Reggis era acadêmico de Educação Física, agente territorial do Sebrae, coreógrafo e professor de dança no estilo zumba. Ele havia retornado recentemente de uma viagem a Fortaleza e deixou uma filha de seis anos.
Seu corpo foi encontrado no dia 1º de outubro, seis dias após seu desaparecimento, em um terreno entre as casas dos dois suspeitos. A notícia de sua morte causou comoção entre familiares, amigos, alunos e instituições da região, que divulgaram notas lamentando o ocorrido.
Victor Oliveira da Silva está preso desde o dia 1º de outubro, quando foi detido em flagrante após confessar o crime e levar os policiais até o local onde havia enterrado o professor.