
Imagine viver 16 anos sabendo que há um mandado de prisão com seu nome? Pois é exatamente o que aconteceu com o indivíduo que agora responde por homicídio em Cidelândia. Aconteceu no último fim de semana: a polícia cearense prendeu o suspeito em Fortaleza, fechando um capítulo que parecia interminável.
Detalhe curioso: o crime original aconteceu lá em 2009, quando a vítima — um jovem de apenas 22 anos — foi morta a tiros. Na época, o caso chocou a pequena Cidelândia, cidade do interior do Maranhão que mal aparece no mapa. O suspeito? Sumiu no mundo, deixando pra trás só perguntas sem resposta.
Como a polícia achou o cara depois de tanto tempo?
Paciência e trabalho duro. A delegacia de Cidelândia nunca arquivou o caso, mesmo com os anos passando. E olha que não foi moleza — sem tecnologia avançada, sem câmeras por todo lado como hoje. Mas eis que, num daqueles golpes de sorte que parecem saído de filme, uma denúncia anônima chegou até os policiais. "Alguém viu, alguém falou", diz um dos investigadores, que prefere não se identificar.
Quando a equipe chegou no endereço indicado, em um bairro não muito nobre de Fortaleza, o homem nem tentou correr. "Parecia que já esperava por aquele momento", contou um dos PMs envolvidos na operação. Agora, ele aguarda transferência para o Maranhão, onde responderá pelo crime.
E a família da vítima?
Ah, essa parte dói. A mãe do jovem assassinado, dona Maria (nome fictício), disse ao G1 que nunca perdeu as esperanças. "Todo dia eu acordava pensando que poderia ser o dia", confessou, com voz embargada. Ela lembra do filho como "um bom menino", que trabalhava honestamente e sonhava em comprar uma casa pra mãe.
O advogado de defesa, por outro lado, alega que seu cliente é "vítima de circunstâncias". Mas a polícia garante: as provas são sólidas. Resta saber se, depois de tanto tempo, a memória das testemunhas ainda está afiada o suficiente para levar o caso adiante.
Uma coisa é certa: essa história serve de alerta pra quem acha que crimes prescrevem ou caem no esquecimento. Como diz o ditado, a justiça pode até demorar — mas quando menos se espera, ela aparece.