Um casal de pastores foi condenado a penas severas por crimes sexuais contra fiéis em Anápolis, Goiás. Vanderlei Antônio de Oliveira recebeu 136 anos de prisão, enquanto sua esposa, Maria de Lurdes dos Santos Oliveira, foi sentenciada a 95 anos de reclusão.
Método criminoso com falsos rituais espirituais
De acordo com investigações da Polícia Civil, o pastor utilizava uma estratégia elaborada para atrair e manipular suas vítimas. Vanderlei afirmava que incorporava anjos durante supostas sessões de oração realizadas em sua residência.
As investigações revelaram que o criminoso procurava especificamente pessoas que enfrentavam problemas emocionais ou de saúde. Conforme explicou a delegada Isabella Joy durante as investigações, essas pessoas estavam mais vulneráveis e eram mais fáceis de manipular por estarem desesperadas por ajuda.
Esquema de ameaças e cumplicidade
Os crimes começaram a ser denunciados em outubro de 2023, mesmo mês em que o casal foi preso. A polícia descobriu que Vanderlei não apenas abusava sexualmente das vítimas, mas também filmava os ataques.
O material era utilizado para ameaçar as vítimas que se recusassem a continuar participando dos falsos rituais espirituais. Pelo menos nove fiéis teriam sido abusados sexualmente pelo pastor.
Participação ativa da esposa nos crimes
Maria de Lurdes não era apenas cúmplice passiva dos crimes do marido. Segundo depoimentos das vítimas, ela estava presente durante os abusos e incentivava as vítimas a obedecerem às ordens do suposto anjo.
A delegada destacou que a esposa testemunhava os crimes e ajudava a acobertá-los, criando um ambiente de maior credibilidade para os rituais fraudulentos.
Até a última atualização desta reportagem, o casal respondia pelos crimes em liberdade, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e cumprindo medidas cautelares. A defesa dos condenados informou que vai recorrer da sentença junto ao Tribunal de Justiça de Goiás.
Vanderlei foi condenado pelos crimes de estupro de vulnerável e produção de conteúdo sexual, enquanto Maria de Lurdes respondeu por presenciar e acobertar os crimes cometidos pelo marido.