
A coisa tá feia para um sacerdote baiano. O Ministério Público do Estado da Bahia decidiu abrir uma investigação séria contra um padre — e o motivo é dos mais graves que se pode imaginar.
Estamos falando de nada menos que R$ 400 mil em doações que, supostamente, teriam tomado um rumo bem diferente do esperado pelos fiéis. O dinheiro, que era para ser usado nas obras da igreja, parece ter feito uma viagem particular para o bolso do religioso.
Onde foi que o santo falhou?
A paróquia Nossa Senhora da Conceição, localizada em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador, é o epicentro dessa tormenta. Segundo as investigações — e isso é o que mais choca — o padre estaria transferindo valores diretamente das contas da igreja para sua conta pessoal. Uma ousadia que beira o inacreditável.
Detalhe: as transações aconteciam principalmente através do PIX. Sim, a modernidade chegou até na hora de cometer supostos desvios. O MP identificou mais de 70 transferências que seguiam esse padrão suspeito.
O carro que virou prova
E não para por aí. Parece que o dinheiro das doações foi tão bem aproveitado que o padre conseguiu adquirir um veículo zero quilômetro. Um Jeep Renegade, para ser mais exato. Coincidência? O Ministério Público acha que não.
O que me deixa pensando: será que ninguém estranhou um padre andando num carro novo desses? Na minha opinião, às vezes as coisas mais óbvias passam despercebidas justamente porque estão na nossa frente.
As defesas do acusado
O advogado do padre, é claro, nega tudo. Alega que seu cliente é vítima de uma "perseguição" e que todas as transações tinham finalidade lícita. Diz ainda que o religioso tem "conduta ilibada" e que vai provar sua inocência.
Mas cá entre nós, mais de 70 transferências para conta pessoal? Fica difícil de engolir. Até para quem tem fé de montanha.
A Diocese de Candeias, por sua vez, se manifestou através de nota. Informou que o padre está afastado das atividades pastorais desde agosto — o que, convenhamos, não é um bom sinal. Prometeu ainda colaborar com as investigações e aguardar o desfecho do caso.
O que pode acontecer agora?
O MP já requereu o bloqueio de R$ 400 mil nas contas do investigado. Se comprovadas as irregularidades, ele pode responder por apropriação indébita — crime que prevê pena de um a cinco anos de prisão, além de multa.
Enquanto isso, os fiéis de Candeias ficam com aquela sensação amarga de decepção. É daquelas situações que abalam não só uma comunidade, mas a credibilidade de uma instituição milenar.
O caso segue sob sigilo na Justiça, mas já deixou uma lição: até nas coisas sagradas, o olho do leão é necessário. E o PIX, meu amigo, deixou rastro.