
Era mais uma terça-feira comum em Mato Grosso, mas a rotina de alguns empresários do agronegócio estava prestes a ser virada de cabeça para baixo. A Polícia Civil, agindo com precisão cirúrgica, colocou em prática a Operação Grãos de Verdade — nome que não poderia ser mais apropriado.
Em três cidades diferentes, os investigadores executaram mandados de busca e apreensão contra pessoas suspeitas de integrar uma organização especializada em aplicar golpes justamente onde mais dói: no bolso dos produtores rurais. O alvo? Transações comerciais envolvendo milho, um dos carros-chefes da economia local.
O modus operandi que enganou até experientes
Segundo as investigações — que começaram lá atrás, em 2023 — o esquema funcionava com uma falsa promessa de venda do cereal. Os criminosos se passavam por representantes comerciais legítimos, fechavam negócios aparentemente normais e, quando chegava a hora do acerto, sumiam com o pagamento. Simples assim. E eficiente, infelizmente.
O que mais choca nesse tipo de caso é a cara de pau. Eles operavam no coração do agronegócio brasileiro, onde a palavra e o aperto de mão ainda valem muito. Quebraram essa confiança básica que move o campo.
Os números assustam
Embora as autoridades ainda estejam fechando as contas, os prejuízos já calculados superam a marca dos R$ 500 mil. Uma grana que, convenhamos, faz muita falta para quem vive da terra. E tem mais: as investigações sugerem que o esquema pode ser ainda maior, com vítimas espalhadas por diferentes regiões do estado.
Os mandados judiciais foram cumpridos simultaneamente em Cuiabá, Rondonópolis e Nova Mutum — três polos importantes da produção agrícola mato-grossense. A estratégia de ação coordenada impediu que suspeitos em uma cidade alertassem comparsas em outras.
O que a polícia apreendeu?
Durante as buscas, os investigadores coletaram documentos, celulares e computadores que podem conter a prova definitiva das transações fraudulentas. Esses itens agora passarão por perícia minuciosa — cada e-mail, cada mensagem, cada planilha pode esconder a peça que faltava no quebra-cabeça.
E aqui vai um detalhe importante: a operação contou com o suporte fundamental da Delegacia Especializada de Delitos contra as Relações de Consumo, aquela que cuida justamente dos crimes que afetam você, consumidor. Seja na cidade, seja no campo.
A verdade é que o agronegócio movimenta cifras astronômicas no Brasil, e onde há muito dinheiro circulando, infelizmente também aparecem os oportunistas. O que me faz pensar: será que precisamos de mais mecanismos de proteção para nossos produtores rurais?
Enquanto isso, a Polícia Civil manda um recado claro: Mato Grosso não é terra de ninguém, muito menos para golpistas. A operação de hoje é só o começo — ainda há muito fio para puxar nessa meada.