
Imagine a cena: um profissional de saúde, vestindo jaleco branco, dando ordens em um hospital público enquanto carrega no currículo uma condenação por crimes hediondos contra crianças. Parece roteiro de filme policial, mas é realidade em pleno litoral paulista.
O caso — que está causando rebuliço na região — envolve um médico que, mesmo após condenação por pedofilia, conseguiu assumir um cargo de chefia em uma unidade pública de saúde. E não estamos falando de décadas atrás: a sentença judicial é recente, do ano passado.
O absurdo nos detalhes
Segundo documentos obtidos pela reportagem, o profissional foi condenado em agosto de 2024 por manter arquivos com cenas explícitas de abuso infantil. A pena? Sete anos de prisão em regime semiaberto. Mas aqui vem o pulo do gato: enquanto cumpre a pena, ele continua trabalhando — e comandando uma equipe médica!
"É de cair o queixo", comenta uma enfermeira que preferiu não se identificar. "Sabemos do histórico, mas somos obrigados a seguir suas orientações."
Como o sistema falhou?
- A condenação não constava em sistemas de verificação rápida
- O processo de admissão não exigiu certidão criminal completa
- Nenhum órgão fez a ponte entre a Justiça e a administração hospitalar
Pior: fontes do hospital revelam que o médico já havia sido alvo de denúncias internas por comportamento inadequado com menores antes mesmo da condenação. "Ele sempre dava atenção estranha a crianças em tratamento", confidencia um funcionário.
Reações indignadas
O Ministério Público já acordou para o caso. "Vamos apurar como alguém nessas condições assumiu cargo público", promete um promotor. Enquanto isso, nas redes sociais, pais de pacientes não escondem a revolta:
- "Meu filho fez tratamento lá ano passado. Estou em choque"
- "Cadê o filtro moral para cargos públicos?"
- "Isso explica a demora para investigar denúncias anteriores"
A Secretaria de Saúde local — que deveria ser a primeira a agir — limitou-se a dizer que "analisa o caso". Enquanto isso, o médico continua exercendo suas funções. Parece piada de mau gosto, mas é a triste realidade que pacientes e funcionários são obrigados a encarar.