Médico oftalmologista é preso preventivamente em Rio Verde
O médico João Paulo Peloso Reis e Passos, especialista em glaucoma e catarata, foi preso preventivamente na cidade de Rio Verde, em Goiás. O profissional é acusado de contratar pessoas para ameaçar uma servidora da Vigilância Sanitária Municipal após sua clínica ser autuada por irregularidades.
Detalhes da investigação e ameaças
De acordo com a Polícia Civil, o delegado Márcio Marques, responsável pela investigação, relatou que a clínica do médico foi alvo de fiscalização que encontrou medicamentos vencidos e locais impróprios para realização de cirurgias. Como resultado, o estabelecimento foi autuado e impedido de funcionar até regularização.
Segundo as investigações, em retaliação à fiscalização, o médico contratou dois detetives de Anápolis para monitorar e ameaçar a servidora pública. As mensagens enviadas incluíam frases como: "A conta chega para todos. E, às vezes, quem paga essa conta nem somos nós, é quem mais amamos. Talvez esse CPF possa ser cancelado".
Um dos investigados colaborou com a polícia durante o cumprimento do mandado, não negando as acusações e apresentando recibos dos pagamentos recebidos da clínica do médico. Os detetives teriam recebido R$ 7 mil pelos serviços de vigilância e ameaças.
Perfil do médico e defesa
João Paulo Peloso Reis e Passos é formado desde 2012 na cidade de Alfenas, em Minas Gerais, e tem especialização pela Universidade de São Paulo (USP). Em suas redes sociais, o médico compartilha:
- Rotina de atendimentos na clínica
- Resultados de procedimentos cirúrgicos
- Depoimentos de pacientes
- Momentos com o filho
- Vídeos tocando piano e violão
- Interação com cavalos
- Devoção por Santa Luzia, padroeira dos olhos
Em nota enviada em 19 de novembro, a defesa do médico afirmou que João Paulo não representa risco à ordem pública e considera a prisão preventiva "desnecessária e desproporcional". Os advogados manifestaram respeito ao Poder Judiciário, mas defenderam que serão apresentados elementos que demonstram a inexistência dos requisitos para a medida extrema.
Posicionamento da prefeitura
A Prefeitura de Rio Verde emitiu nota repudiando qualquer ato de intimidação, coação ou ameaça contra servidores no exercício de suas funções. A administração municipal destacou que o trabalho da Vigilância Sanitária é essencial para a proteção da saúde pública e que está prestando apoio integral à servidora e sua família.
O médico permanece em prisão preventiva e pode ser indiciado pelos crimes de ameaça e coação. A polícia continua as investigações para apurar todos os detalhes do caso.
