Parece que tem gente que acha que as regras são só sugestões, não é mesmo? O senador Marcos do Val (Podemos-ES) resolveu testar os limites — e a paciência da Justiça — ao realizar uma transmissão ao vivo pelas redes sociais enquanto estava, pasmem, usando tornozeleira eletrônica. A atitude, no mínimo, ousada, ocorreu na noite desta quinta-feira (22) e violou claramente as medidas cautelares impostas a ele.
E não foi uma live qualquer. Ele apareceu conversando tranquilamente, respondendo a perguntas de apoiadores, como se aquele dispositivo no tornozelo fosse um mero acessório de moda, e não um instrumento de monitoramento judicial. A imagem, digamos, não passa muita credibilidade.
O que a decisão judicial dizia… e ele ignorou
Pois é. O Ministério Público Federal (MPF) já havia sido bem claro. Uma das condições para que o parlamentar aguardasse o julgamento em liberdade era justamente abster-se de qualquer comunicação pública sobre o caso ou de se manifestar em plataformas digitais. Algo que, na prática, ele varreu para debaixo do tapete com essa live.
Não deu outra: a notícia correu e chegou aos ouvidos da força-tarefa que acompanha o inquérito. Agora, a situação do senador ficou mais complicada — e muito. Descumprir medida cautelar é sério, pode levar até à revogação da prisão preventiva. Ou seja, a liberdade dele agora pende por um fio.
E agora, José?
O MPF já deve estar redigindo um ofício nesse momento, e é quase certo que vai pedir a prisão imediata de Marcos do Val. A defesa do senador, como era de se esperar, tentou argumentar que a live foi um “ato espontâneo” e “não tinha intenção de violar as regras”. Mas, convenhamos, é difícil acreditar nessa justificativa meia-boca.
O caso dele já é delicado por si só — investigado no suposto esquema de extorsão envolvendo o ex-deputado Daniel Silveira e o empresário Carlos Bolsonaro. Agora, com essa mancada monumental, a situação jurídica do senador capixaba pode entrar em colapso de vez.
Resta saber se a Justiça vai fechar os olhos ou se vai dar um puxão de orelhas que ele — e meio mundo da política — não vai esquecer tão cedo.
