
A Justiça de Jundiaí dá início nesta terça-feira, 7 de outubro, a um daqueles julgamentos que a cidade não esquece tão cedo. Três anos se passaram desde aquele dia fatídico, mas a lembrança do crime que tirou a vida do produtor rural Luiz Gonzaga de Souza - o famoso 'Rei do Morango' - ainda pesa no ar.
O que estava programado para ser apenas mais um dia de trabalho na propriedade rural do Jardim São Camilo terminou em tragédia. E agora, finalmente, o casal acusado pelo homicídio vai enfrentar o tribunal do júri.
Os detalhes que chocaram a região
Luiz Gonzaga, aos 62 anos, era uma figura conhecida e respeitada - não à toa ganhou o apelido que o imortalizou na região. Sua ligação com a terra e com os morangos que cultivava com tanto carinho era algo que todos admiravam. Mas em 7 de outubro de 2022, tudo mudou.
O que se sabe até agora - e que será minuciosamente examinado durante o julgamento - é que o crime teria acontecido dentro da própria propriedade da vítima. Uma discussão que começou por motivos ainda não totalmente esclarecidos teria escalado para o desfecho mais trágico possível.
E pensar que tudo poderia ter sido diferente... Mas não foi.
Os acusados e a longa espera pela Justiça
Do outro lado do banco dos réus estarão Edson Rogério da Silva e Maria das Graças Pereira. Eles passaram os últimos três anos aguardando este momento - primeiro presos, depois em liberdade, mas sempre com a sombra do julgamento pairando sobre suas vidas.
O Ministério Público não poupa críticas ao casal. Na acusação, sustenta que se tratou de um homicídio qualificado - e as qualificadoras escolhidas são duríssimas: motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. São acusações graves, que podem significar uma pena bem mais longa caso a condenação aconteça.
Já a defesa, é claro, preparou sua estratégia para tentar reverter o quadro. Eles vão argumentar que não houve dolo - aquela intenção de matar que transforma um ato em assassinato. Dizem que foi tudo um terrível acidente, uma fatalidade que ninguém poderia prever.
O que esperar dos próximos dias
O julgamento promete ser daqueles que rendem conversas nos botecos e nas calçadas de Jundiaí. Afinal, são raros os casos que conseguem capturar tanto a atenção pública na cidade.
A expectativa é que as sessões se estendam por pelo menos dois dias - talvez mais, dependendo de como os trabalhos evoluírem. Testemunhas serão ouvidas, provas serão apresentadas, e o passado será revisto minuciosamente perante os sete jurados que terão a difícil missão de decidir o destino do casal.
E no centro de tudo isso, a memória de Luiz Gonzaga - o homem que transformou morangos em sua razão de viver, mas que não pôde colher os frutos de tanto trabalho.
O tribunal do júri em Jundiaí nunca pareceu tão cheio de expectativa. E de lembranças.