Técnico de enfermagem condenado a 42 anos por crimes contra pacientes
O técnico de enfermagem Daniel Pirangi Gomes, de 44 anos, recebeu uma sentença de 42 anos e 8 meses de prisão por dopar e roubar pacientes no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), no Distrito Federal. A decisão foi divulgada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) na quarta-feira (26).
Modus operandi revela abuso de confiança
Segundo a denúncia, o profissional de saúde aproveitava-se de sua posição para aplicar substâncias sedativas nos pacientes sem prescrição médica. Após deixar as vítimas inconscientes, ele subtraía objetos de valor como semijoias, alianças e correntes.
Os crimes ocorreram entre 15 de maio e 17 de julho de 2025, com pelo menos oito vítimas identificadas. A decisão judicial destacou que o réu "valia-se de sua função de técnico de enfermagem para aplicar substâncias sedativas com o objetivo de neutralizar a capacidade de reação das vítimas".
Caso veio à tona através de denúncia
As investigações começaram após Wesley Vale relatar ter sido dopado e furtado no HRC em 17 de julho. O paciente contou que havia sido internado devido a um acidente de moto e passado por cirurgia no dia anterior.
"O enfermeiro disse que aplicaria uma medicação para dor. Ao fazer o procedimento, afirmou que o acesso no braço estava derramando e que era preciso trocar. A partir daí, eu não vi mais nada, apaguei totalmente", relatou Wesley.
Ao recuperar a consciência, o paciente e sua esposa perceberam que sua aliança havia sumido. Ele também mencionou que o anel de outro paciente próximo desapareceu no mesmo período.
Consequências e recurso
Daniel Pirangi Gomes foi afastado das funções pela Secretaria de Saúde desde julho, quando as investigações ganharam força. A defesa do acusado mantém que não há provas suficientes para incriminá-lo e pode recorrer da decisão.
O caso, inicialmente revelado pela TV Globo, chocou a comunidade local e levantou questões sobre segurança e supervisão em unidades de saúde públicas. A condenação serve como alerta para a necessidade de mecanismos mais eficazes de proteção aos pacientes.