Caso Kauã: Empresário Vira Réu por Homicídio Após Morte de Adolescente no Ceará
Empresário vira réu por homicídio de Kauã no CE

O silêncio daquela tarde de sexta-feira em Fortaleza foi quebrado por uma notícia que ecoou nos corredores do Tribunal de Justiça do Ceará. E não era qualquer notícia — era o desfecho de uma espera angustiante para muitos.

O empresário Raimundo Nonato Furtado agora encara oficialmente a acusação de homicídio doloso. Sim, aquele tipo onde se presume a intenção de matar. A denúncia foi aceita pela Justiça, transformando-o em réu num processo que tem mexido com a opinião pública cearense.

Os detalhes que chocaram

Aconteceu no dia 11 de maio, num condomínio de alto padrão no bairro Cidade 2000. Kauã Gabriel, apenas 14 anos, teve sua vida interrompida brutalmente — um tiro no rosto, segundo laudo pericial. O adolescente estava dentro de um carro quando o disparo aconteceu.

O que se seguiu foi uma sequência de versões contraditórias. Primeiro, o empresário alegou que a arma disparou acidentalmente enquanto ele limpava a arma dentro do veículo. Depois, mudou o discurso — disse que estava sendo assaltado. Só que as testemunhas... bem, as testemunhas contaram outra história completamente diferente.

O que as testemunhas revelaram

Duas pessoas que estavam no local na hora do crime deram depoimentos que praticamente desmontaram a defesa do empresário. Elas afirmaram categoricamente que não houve qualquer tentativa de roubo. Nada. Zero.

Mais grave ainda: disseram que viram o acusado atirar contra o adolescente de forma intencional. Um detalhe crucial — a arma teria sido disparada de fora do carro, com o cano praticamente encostado no rosto da vítima. A cena deve ter sido dantesca.

O laudo que não mente

A perícia criminal foi implacável em suas conclusões. O tal laudo técnico — aquele documento frio que fala mais alto que qualquer desculpa esfarrapada — confirmou que o tiro foi dado à queima-roupa. Literalmente.

Os peritos foram categóricos: a arma estava a menos de 15 centímetros do rosto do menino quando o gatilho foi puxado. Isso praticamente enterra a versão do acidente durante a limpeza da arma dentro do carro. Difícil acreditar nessa história, não é?

O desenrolar judicial

Agora o processo segue na 2ª Vara do Júri de Fortaleza. O juiz José Rômulo de Sousa Martins Junior — que analisou minuciosamente cada detalhe — considerou que há indícios mais que suficientes para levar o caso a julgamento.

E tem mais: o empresário responde em liberdade, mas com medidas cautelares. A defesa, é claro, já entrou com recursos tentando anular a decisão. Alegam ilegalidade na prisão em flagrante e querem que o caso seja arquivado. Mas a Justiça, por enquanto, está mantendo a posição.

Enquanto isso, a família de Kauã segue esperando por respostas. Um adolescente cheio de vida, planso interrompidos, e uma pergunta que não quer calar: o que realmente aconteceu naquela sexta-feira fatídica?